O consumidor emergente



As classes C, D e E respondem hoje por 85% da população, 69% dos cartões de crédito e 70% de tudo que se compra no supermercado. Parta entender os rumos do mercado que mais cresce no Brasil, o Data Popular, empresa de pesquisa e consultoria, e o instituto de pesquisa Datafolha desenvolveram um novo método de estudo e identificaram 10 tendências de comportamento do consumidor emergente.

 

O método analítico desenvolvido para o estudo parte da análise conjunta de dois fatores. Um deles são os “driver de futuro”, fatores referentes a um contexto macro-social. Funcionam como balizadores do comportamento. Permitem um nível de antevisão das conseqüências no futuro. O outro fator são as “pistas de comportamento”, aspectos culturais, valores e comportamentos que determinarão a forma como esta população lidará com os balizadores apontados pelos drivers de futuro.

 

Veja as tendências que impactam um mercado de R$ 760 bilhões:

 

1. Consumo de inclusão – Diferente do cliente tradicional, a descoberta do consumo faz com que o mercado emergente desenvolva um jeito próprio e inclusivo de comprar. As marcas que forem didáticas e apresentarem esse novo universo de consumo terão a fidelidade das classes C, D e E.

 

“Agora, eu escolho.”

 

2. Identidade e auto-estima – A base da pirâmide está mais consciente da sua importância na sociedade e valorizarão cada vez mais as suas conquistas enaltecendo a relação com as suas origens, sua história e suas características.

 

“Agora, eu tenho orgulho.”

 

3. Acesso e qualidade – Com maior poder de consumo exigirão cada vez mais. Melhores produtos, melhores governos, melhor qualidade de vida. As marcas que se souberem conjugar a melhor relação custo-benefício será recompensado com sua fidelidade.

 

“Agora, eu posso.”

 

4. Educação como investimento – As famílias de baixa renda se conscientizaram que através da educação podem mais. De maneira muito funcional investirão cada vez mais na educação dos filhos pensando no próprio futuro.

 

“Agora, eu sei, faço e aconteço.”

 

5. Juventude e geração C – Os atuais jovens da baixa renda são mais escolarizados, mais informados e mais economicamente ativos que seus pais. Formarão um novo perfil de cidadãos e consumidores que serão a maioria da população brasileira. O Brasil de amanhã terá mais as características dos jovens da atual baixa renda.

 

“Agora, tudo é do meu jeito.”

 

6. Vaidade e beleza como inclusão – Estar bem arrumada diminui as barreiras sociais que dificultam a inclusão da base da pirâmide. Com maior acesso aos produtos de beleza e aos tratamentos estéticos novos padrões de beleza serão mais abrangentes e as marcas deverão estar atentas as novas tendências dessa maioria.

 

“Agora, eu sou mais eu.”

 

7. Novos papéis, nova família – Os papéis dos homens e mulheres já não são mais os mesmos. Com o crescimento do poder (consciência, status e renda) as mulheres da baixa renda, estarão mais independentes e construirão uma outra relação familiar. Isso implicará no desenho de uma nova família, cada vez menor e com uma renda per capita maior.

 

“Agora eu não dependo de ninguém.”

 

8. Redes, dicas e boca a boca – As classes baixas sempre dependeram mais uns dos outros para viver, ou seja, cresceram e aprenderam a conviver em um ambiente colaborativo. Aliada as novas tecnologias e a disseminação das redes sociais, a baixa renda potencializará as suas já extensas relações sociais.

 

“Agora, eu tenho mais meus amigos.”

 

9. Capilaridade e segmentação – A geografia dos bairros e os diferentes tipos sociais das pessoas de baixas renda, exigem diferentes formatos de produtos e distribuição das cias. Os canais de venda deverão ter maior capilaridade, e as marcas trabalharão produtos segmentados para uma grande massa de consumidores.

 

“Agora, tem mais do jeito que eu quero.”

 

10. Tecnologia como investimento – A penetração de tecnologia da informação está em plena expansão nas classes baixas, principalmente através dos jovens populares. Tecnologia é vista como investimento no futuro profissional e como canal de acesso as informações antes restritas a minoria da população brasileira.

 

“Agora, eu me conecto.”

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