Atualmente, vivemos em uma sociedade que se encontra em uma constante transformação. Todos os dias algo novo surge. São produtos e novidades que chegam até nós por meio de diversos canais de comunicação. Porém, nenhuma mudança será igual a que a Internet das Coisas promete trazer. Difícil ainda de definir como será, baseando-se apenas por teorias e suposições, mas já se espera que esta era do futuro mude a forma como as pessoas vivem, suas interações, comportamentos e, inclusive, suas relações com as empresas. “Internet das Coisas nada mais é do que máquinas falando com máquinas por meio da internet e isto trará resultados significativos”, afirma Fernando Martins, diretor executivo da Intel, acrescentando que haverá uma revolução no varejo.
Essa revolução irá acontecer, simplesmente, porque a separação, que hoje ocorre de forma mais sutil entre as empresas que já possuem um desenvolvimento no meio virtual e aquelas que não têm, no futuro será mais impactante. Isso significa que aqueles que ainda não investiram em tecnologias, ou ainda não pensaram em se modernizar em longo prazo, provavelmente não conseguirão se manter no mercado. Mas, para Mário Almeida, diretor da agência S4W Marketing Digital, quem quiser ainda tem tempo para correr atrás e se preparar. “Atualmente, a maioria dos empreendimentos não possuem nem o primordial, que seria um website orientado para a geração de negócios, participação ativa nas mídias sociais, loja virtual, entre outros. O ponto de partida é planejar a presença estratégica no mundo digital.”
O ponto principal para quem deseja estar pronto para a Internet das Coisas é em relação à informação. Para se ter uma ideia, em 2020, serão mais de 50 bilhões de dispositivos conectados e realizando, em média, mais de três trilhões de chamadas. Ou seja, cada vez mais haverá uma quantidade maior de dados. Para que consigam se sobressair, os negócios deverão criar estratégias para que consigam minerar nessa imensidão de elementos aquele detalhe que traga o ouro. E a informação que trará lucro é aquela que justamente conseguirá fazer com que as empresas cheguem ao cliente. Pois, por mais que vá ser possível ter acesso à mais dados sobre ele e criar uma perfil mais aprofundado, será preciso chamar a sua atenção de uma maneira cada vez mais diferenciada, já que ele será bombardeado por oferta, produtos e serviços de todos os lados e a todos os momentos.
Como explicou Juliana Ferreira, sócia-diretora executiva da A2F, a gestão de clientes será um processo ambíguo. Ao mesmo tempo em que será mais simples, será também mais complexo. “Será mais fácil, porque vai ter muito mais acesso às informações do cliente e também vai ter muito mais acesso a ele, especificadamente. As empresas conseguirão estar conectadas com ele em diversos dispositivos. Ao mesmo tempo, vai ser uma confusão muito grande de muitas informações que você vai ter desses clientes.”
TERCEIRA PLATAFORMA E QUARTA GERAÇÃO
Entre as teorias criadas sobre como será a Internet das Coisas, tanto a IDC quanto a Cisco criaram termos para definir a sua evolução. Conforme explicou Reinaldo Sakis, research and consulting manager – consumer & comercial devices da IDC Brasil, ela será a terceira plataforma. Ou seja, a primeira foram os mainframes, computadores de grande porte e a segunda foi quando iniciaram as criações de softwares e aplicações. “Na terceira fase temos quatro grandes pilares: social media, cloud, big data e analytics e mobilidade”, afirma ele. Já a quarta geração será o momento da transformação na vida das pessoas, de uma maneira até hoje não vivida. Segundo o diretor de engenharia da Cisco, Marcelo Ehalt, a primeira geração foi a era dos e-mails e browsers, em que a conectividade servia para esses serviços. A segunda foi quando iniciaram os serviços business e de e-commerce, a internet comercial. Hoje, vivemos na terceira geração, a fase de transição, com as redes sociais, em que os valores sobre o uso da internet também começam a serem mudados. “Na quarta geração, principalmente, nós cidadãos de grandes metrópoles, a internet vai facilitar nossa vida. Será algo de uma maneira mais inteligente, mudando o hábito do cidadão em relação ao uso da tecnologia”, define.
Mas, afinal, o que é a Internet das Coisas?
– Ela é resultado de um trabalho desenvolvido pelo Auto -ID Laboratory do Massachuetts Institute of Technology, MIT.
– A intenção é que ela seja um sistema global de registro de dados, por meio de sensores wireless e nanotecnologia.
– O que se espera é que todos os objetos no futuro sejam inteligentes. Ou seja, possuam sensores conectados à internet e que possam trazer informações sobre aquilo que as desejam e também gerar informações às empresas sobre seus clientes.
– Um exemplo será a casa do futuro: a geladeira irá avisar quando um produto está acabando e já irá enviar uma mensagem para o supermercado. ; sensores perceberão quando a pessoa estiver longe e as luzes automaticamente se apagarão; as pessoas poderão ligar para suas próprias casas, enquanto estiverem na rua, pedindo para que comprem a comida; assim que você acordar, um sistema já irá te avisar as principais notícias, tempo e a sua agenda.
E para você, quais serão os maiores desafios que a Internet das Coisas trará para as empresas? Participe da nossa enquete!
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Além de prestar um bom serviço, impacto causado nos clientes também deverá ser levado em conta