Na semana da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, questões ambientais e de erradicação da pobreza voltaram a ganhar destaque na agenda das empresas. Com o slogan “O Futuro que Queremos”, o encontro reuniu, de 13 a 22 de junho, Governo, ONGs e setor privado para discutir como reduzir a pobreza, promover a igualdade social e assegurar a proteção ambiental. Das apresentações e discussões, uma lição fica: pensar de forma sustentável já não é estratégia de diferenciação empresarial, mas de sobrevivência. “A sociedade tem hoje maior grau de consciência, com isso tem exercido cada vez mais seu poder crítico em questões que envolvem sustentabilidade”, afirma Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco. De acordo com ela, o consumidor está valorizando iniciativas que tenham impactos positivos não somente em sua vida, mas no contexto social como um todo.
O mercado parece ter assimilado a mudança, enxergando a sustentabilidade como uma necessidade para os negócios, de acordo com a pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade, feita pela CNI, Confederação Nacional da Indústria, em parceria com o Instituto FSB. Para 39% dos entrevistados, a ausência de ações sustentáveis coloca em risco a empresa e, para outros 18%, acarreta imagem negativa da corporação. “O empresário tem uma noção clara de que a manutenção da empresa no médio e no longo prazo só se dará de forma sustentável”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O estudo revela ainda que para 75% dos empresários, os investimentos nessa área deverão crescer nos próximos dois anos. “A política sustentável já está no DNA das empresas que querem ampliar seu mercado. Agora, deve haver estímulo à inovação, como forma de garantir condições de competitividade”, reforça a diretora de relações institucionais da CNI, Mônica Messenberg. É o caso da Samsung. Para Benjamim Sicsú, vice-presidente de novos negócios para América Latina, que participou da Rio+20, o sucesso das atividades locais da empresa passa, necessariamente, pelo cuidado e investimento nas ações sócio-ambientais. Outro exemplo é a Vivo, que tem na sustentabilidade um dos valores de atuação e busca identificar, nos produtos e processos, os riscos que possam ter relação com o meio ambiente. “Temos o entendimento que, com isso, nos aproximamos do consumidor”, explica a gerente de sustentabilidade da Vivo, Juliana Limonta.
O CONSUMIDOR
Do outro lado, em relação aos hábitos do cliente, pesquisa on-line do Ibope Inteligência revela que, ao comprar produtos eletrônicos, a maioria afirma que doa os equipamentos antigos para parentes e familiares, reduzindo, dessa maneira, o lixo não reciclável. O selo de certificação de origem de produtos, que reconhece o padrão de qualidade, a procedência e se o produto é ou não reciclável, divide as opiniões: enquanto 45% procuram observar o selo sempre, 42% dizem que isso depende do produto a ser adquirido. Outros 13% citam não se importar com o selo de origem. “A mudança na forma de consumir é, sem dúvida, um aspecto decisivo para a sustentabilidade”, explica Mônica.
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