O impacto na vida financeira do consumidor

A Serasa concluiu a primeira pesquisa feita após as medidas de restrição econômica e isolamento social provocadas pela pandemia de Covid-19. Os resultados comprovam algumas dificuldades previstas para este período. Foram ouvidas 358 pessoas entre 18 e 74 anos (55% homens e 45% mulheres), de todas as regiões do Brasil, por meio de um sistema de neuromarketing que capta não apenas as intenções imediatas das pessoas, mas também suas intenções não explícitas. A sondagem foi online.

A situação retratada pela pesquisa aponta para um cenário de dificuldades já em curso e que tende a causar problemas de curto, médio e longo prazos para uma parcela significativa da população, justamente a de menor poder aquisitivo. A maior parte dos que já perderam emprego trabalhava em pequenas e médias empresas e recebia até 2 salários mínimos, com o agravante de a perda do emprego atingir famílias inteiras em mais da metade dos casos.

Para enfrentar a situação, uma parte já está à procura de uma renda extra ou outro emprego, mas há também um contingente importante de pessoas que pensam em emprestar dinheiro para pagar as despesas. Outro comportamento natural em situações de crise é o consumidor priorizar o pagamento de algumas contas e dívidas. Segundo a pesquisa Serasa, comprar alimentos e pagar o consumo de energia, gás, água e celular figuram entre estas prioridades. Mas, deixam em último lugar da lista o item educação, justamente um dos únicos fatores que podem, comprovadamente, elevar a renda das pessoas. O dado positivo é que mesmo sendo minoria, mais de 20% dos respondentes da pesquisa colocaram as despesas com educação como prioritárias.

Destaques
– A pandemia afetou, de alguma forma, a vida financeira de 73% da população economicamente ativa;

– Aumento do desemprego/redução dos postos de trabalho empurra um grande contingente de trabalhadores para a informalidade ou para trabalhos autônomos (1/3 da população);

– Desemprego aumentou 5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, com 41% associando a epidemia como causa;

– Maior parte dos desempregados trabalhava em pequenas e médias empresas;

– 54% dos que perderam emprego ganhava menos que 2 salários mínimos;

– 89% dos entrevistados dizem já haver queda na renda familiar;

– 53% afirmam que todos da família perderam renda por causa da crise;

– Na lista de prioridades, primeiro para alimentos; em último, educação.

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