O panorama do e-commerce cross-border

Autor: Matias Fainbrum
O comércio eletrônico cross-border (comprar online em sites estrangeiros) está ganhando popularidade entre varejistas e consumidores. De acordo com uma pesquisa realizada pela Pitney Bowes em 2017 e aplicada em 12 países, 70% dos compradores online realizaram uma compra em um site internacional no ano passado, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.
Um dos maiores fatores que impulsionam tal crescimento é o aumento dos mercados. As marcas desconhecidas estão avançando através de associações com plataformas de varejo globais de confiança. 59% das compras domésticas acontecem em marketplaces e a porcentagem é ainda maior (62%) quando se trata de compras cross-border. Tais plataformas são consideradas as de melhor seleção de produtos e preços.
Em termos de marketplaces utilizados pelos consumidores cross-border em sua última compra, Amazon lidera o ranking com 25%, eBay (18%) e Alibaba (14%) aparecem na sequência, de acordo com levantamento do IPC (2017).  Apesar de a Amazon ter obtido uma classificação mais alta que o Alibaba, os entrevistados na maioria dos países citaram a China como o lugar onde realizaram uma compra cross-border mais recente (65%). Também é importante notar que o Wish, uma aplicação relativamente nova de produtos de preço baixo da China, assegurou 8% da participação global.
Os consumidores nos sites estrangeiros estão, frequentemente, motivados pelo preço, e a China tem ampla vantagem nesse sentido.
Panorama local
No Brasil, a categoria de equipamentos eletrônicos continua a ser a mais frequentemente comprada no cross-border (34%), de acordo com pesquisa da E-bit Informação, realizada em 2017. Isso pode ser explicado pelo fato de produtos eletrônicos serem notoriamente caros no País devido a impostos altos e outros fatores. Em 2016, computadores e equipamentos (25%) e moda e acessórios (24%) também foram categorias bem populares entre os compradores brasileiros no e-commerce cross-border.
Dentre os países dos quais os brasileiros mais compram estão a China (53%) e os EUA (30%), seguidos pelo Japão (3%).
Os desafios do pagamento cross-border
Vendas internacionais são desafiadoras. Diferentes idiomas, câmbios, hábitos e preferências de pagamento dos consumidores tornam a tarefa bastante complexa para as lojas virtuais. Por exemplo: apesar da forma de pagamento mais popular para compras online no Brasil ser o boleto bancário, quando se trata de compras cross-border a preferência dos consumidores é diferente. 62% deles preferem pagar suas compras internacionais com cartão de crédito (E-bit Informação, 2016).
Para os e-commerces que apostam no cross-border, é essencial contar com uma plataforma que seja capaz de gerenciar pagamentos cross-border, e que ofereça consultoria sobre quais moedas e métodos de pagamento fazem mais sentido para o negócio, levando em consideração o público alvo e sua localização geográfica.
Além de garantir que a experiência de compra seja simples, amigável e intuitiva, é vital que as lojas mantenham os consumidores engajados até o momento do checkout. Se ao finalmente chegar à etapa de pagamento o consumidor internacional não puder encontrar sua opção de pagamento preferida, a venda é perdida. Por isso a necessidade de oferecer meios de pagamento que atendam os hábitos dos consumidores alvo, indo desde cartões de crédito e débito, é claro, mas também a pagamentos não bancários, como pagamento no momento da entrega, pagamentos on-line sem cartão (como Paypal), entre muitas outras formas existentes em todo o mundo.
Matias Fainbrum é general manager Latam da Ingenico ePayments.

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