O que falta para a 3G decolar de vez?



Autora: Alexandre Novakoski

 

O que falta para a 3G se tornar um sucesso? Esse é o questionamento que certamente muitos empresários do ramo de telefonia se fazem diariamente, em busca de uma solução que impulsione de uma vez por todas as vendas de equipamentos baseados nesta tecnologia.

 

Embora já tenham superado a marca de 100 milhões de assinantes pelo mundo, os usuários de 3G ainda representam uma parcela pequena se comparados com os atuais 2 bilhões de assinantes de telefonia móvel em todo o globo. Não é preciso ser nenhum guru da telecomunicação para constatar que as operadoras de celular terão que se desdobrar para fazer da tecnologia 3G o fenômeno de vendas que o GSM foi. Mas por onde começar?

 

A informação a ser transmitida aos usuários é fundamental. Consumidores, por mais vanguardistas e adeptos ao mundo tecnológico que sejam, apenas são motivados a usar uma nova mídia se forem dadas explicações objetivas das inúmeras possibilidades e dos reais benefícios que ela lhes trará. Afinal de contas, estamos falando de um veículo ainda dispendioso se cotejado com outros meios de comunicação, cuja qualidade no intercâmbio de dados, segundo muitos especialistas, é por vezes inferior.

 

Dizer que a 3G é uma mídia que simplesmente permite enviar e receber vídeos por meio de um aparelho móvel é incorrer em uma arriscada miopia de mercado. Se analisada sob um prisma mais aguçado, é certo que veremos uma tecnologia capaz de mudar comportamentos e hábitos de vida, de uma maneira que venha facilitar a adequação da rotina à crescente velocidade de cognição pela qual a humanidade vem passando.

 

Pensar que um executivo português, enquanto viaja de trem, pode muito bem esclarecer face a face dúvidas de seu cliente baseado no Brasil, ao mesmo tempo em que participa de uma conferência com seu sócio espanhol, é de fato uma funcionalidade bastante útil no mundo corporativo de hoje, que quase sempre exige otimização nos processos de tomada de decisões negociais. O que dizer então daqueles fanáticos por futebol que poderão ver e ouvir de perto uma entrevista com seu ídolo-artilheiro do campeonato logo após o término da partida? Se bem contextualizado, o novo padrão – aliado a sistemas avançados de navegação via satélite – trará inovações práticas aos usuários.

 

A interatividade tem ditado o rumo da comunicação de uns tempos para cá. Com o advento da internet, logo surgiram a web 2.0, os conceitos “wikis”, além da mudança na forma tradicionalista de comunicação de muitos jornais, que passaram a abrir espaços para conteúdos colaborativos de seus leitores. E com a tecnologia 3G não será diferente. Contudo, publicidade não se basta. As empresas de telefonia móvel apenas enxergarão um cenário alvissareiro se conseguirem provar o caráter utilitário da tecnologia a seus futuros assinantes. Com criatividade e investimentos também na produção de conteúdos pragmáticos, quem sabe não serão capazes de cunhar o termo “3G maníacos” em breve?

 

Alexandre Novakoski é gerente de canais da Seal Telecom.

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