O2O ganha força no Brasil

Autor: Eder Leonidas
A evolução tecnológica está refletida no cotidiano da sociedade. Se pensarmos bem, há cinco anos poucas pessoas tinham vivenciado a experiência de pedir um táxi ou delivery de comida por meio de aplicativos. Hoje, a realidade é diferente: pelo menos 18% da população brasileira já solicitou um táxi através de um app móvel, de acordo com pesquisa realizada pelo Panorama Mobile Time/Opinion Box. Isso sem contar o Uber, que ganhou enorme popularidade nos últimos 12 meses. Outro levantamento idealizado recentemente pelo Ibope também aponta que 32% dos pedidos de comida no país já são efetuados de forma on-line.
As conquistas alcançadas pelas duas categorias de apps é fruto da praticidade oferecida durante o processo de solicitação dos serviços, permitindo que o usuário resolva a situação em poucos cliques e sem a necessidade de manter contato com atendentes, além da facilidade de efetuar o pagamento de forma on-line, caso seja o desejo do cliente. Sem dúvida, tais pilares foram fundamentais para que as plataformas caíssem de vez no gosto das pessoas e, consequentemente, seu uso tornasse trivial para essa parcela de consumidores.
Cientes do potencial de crescimento do mercado O2O – modelo de negócio que utiliza canais online para oferecer produtos e serviços offline – diversos empreendedores trabalham dia e noite para alçar suas inovações ao mesmo grau de importância conquistado pelos apps de táxi e delivery no Brasil. Nos últimos tempos, uma infinidade de aplicativos que busca solucionar os problemas do dia a dia das pessoas começaram a atingir certa relevância como, por exemplo, o Rapiddo, GetNinjas, Freelancer, entre outros.
A tendência é que o desenvolvimento do setor continue se consolidando nos próximos anos, uma vez que estudo da Associação Brasileira de Serviços Online para Offline (ABO2O) aponta projeção de mais de R$ 1 trilhão em transações nesses aplicativos até 2020. A expectativa pode ser explicada pelo fato de que até o momento serviços de lavanderias, impressão, reciclagem e cuidados para pets – já bastante maduros no mercado norte-americano – ainda não foram devidamente explorados pelas startups nacionais.
O grande desafio de todos os empreendedores que apostam no setor, no entanto, é possibilitar que os apps pouco a pouco façam parte da rotina e fundamentalmente sejam lembrados nos momentos em que as pessoas necessitam do serviço oferecido pela solução. Para isso, o primeiro passo a ser aplicado envolve a criação de uma rede de atendimento qualificada com a presença dos melhores parceiros ou profissionais liberais do mercado no aplicativo, dando a eles a autonomia necessária para determinar preços, prazos e forma de pagamento. Com esses pilares, a competitividade será aflorada e o maior beneficiado será o cliente. O segundo ponto, não menos importante que o anterior, trata-se das funcionalidades que as plataformas oferecem ao usuário. Interface lenta e layout não atrativos ou chamativo demais acabam afastando possíveis interessados logo na primeira utilização. Nesse caso, o recomendado é investir em aplicações simples e funcionais, que não exigem muitos cliques para finalizar a solicitação.
Um fato, porém, deve deixar as startups com a pulga atrás da orelha. Outro levantamento produzido pela ABO2O, em parceria com a empresa espanhola Netquest, revela que há pouca fidelidade do consumidor a marcas de apps mobile. Isso significa que o trabalho deve ser redobrado para que o aplicativo conquiste a simpatia das pessoas e seja o escolhido entre tantos que podem prestar o mesmo serviço.
Por isso, além de alinhar corretamente o planejamento estratégico de marketing para atingir o público-alvo de forma assertiva e ágil, é fundamental também que os canais de atendimento sejam 100% eficientes no auxílio aos clientes com eventuais dúvidas, questionamentos ou solicitações. Fechados todos esses pilares, certamente, o aplicativo estará pronto para atender perfeitamente a necessidade das pessoas e com a evolução do trabalho pouco a pouco alcançar o mesmo nível de relevância conquistado pelos principais apps de táxi e delivery.
Eder Leonidas é sócio-fundador do aplicativo GetHelp

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