Para mães, o não ter pode discriminar

Se cuidar da educação financeira já é uma lição de casa difícil para os adultos, quando o orçamento mais apertado atinge o consumismo dos seus filhos e a imagem deles na escola, fica ainda pior. Tanto que 30% das mães acreditam que seus filhos já sofreram discriminações por não terem os mesmos produtos dos colegas. Segundo aponta uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Esta situação, no entanto, não ocorre em segmentos específicos da população. “É um aspecto que transita em todas as classes sociais e faixas etárias, sem diferença estatística”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Não importa a idade da criança ou adolescente, e nem se ele pertence à classe A ou C, no colégio sempre existe alguma modinha de produtos específicos, e o aluno que não tiver pode vir a ser discriminado.”
Disputa entre as famílias
O estudo também identificou que justamente as famílias podem ser responsáveis pela discriminação que seus filhos sofrem na escola. Quatro em cada dez (39,8%) mães entrevistadas perceberam uma disputa entre as famílias dos colegas de seus filhos sobre a posse de bens ou serviços, como roupas, calçados, brinquedos e viagens. Além disso, 23% das mães afirmam se sentirem desconfortáveis ao ver que os colegas têm produtos melhores do que seus filhos. 
 
A pesquisa entrevistou 843 mães das 27 capitais que possuem filhos com idade entre dois e 18 anos. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

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