Passaporte para o consumo



A classe D brasileira, formada por famílias com rendimento mensal entre um e três salários-mínimos, irá registrar pela primeira vez, em 2010, uma massa de renda anual superior à da população da classe B, que reúne as famílias que ganham por mês entre dez e 20 salários-mínimos. A informação faz parte de estudo elaborado pelo instituto Data Popular. Com isso, passa a ocupar o segundo lugar nos estratos sociais em termos de consumo.

 

O consultor Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, lembra que essa mudança é reflexo tanto do aumento dos rendimentos da população de baixa renda como da baixa penetração de posse de bens nessa faixa social. “Enquanto para a classe B a maior parte do gastos é reflexo da reposição de produtos, para a classe D é o passaporte de entrada no universo do consumo. Graças a esse novo cenário, o Brasil terá em 2010 o primeiro ano da melhor década de sua história. Os números, ao menos, apontam para isso”, destaca.

 

De acordo com o estudo, as famílias da classe D deverão somar uma renda de R$ 381 bilhões até o final do ano, enquanto a classe B será responsável por uma massa de R$ 329 bilhões. Ambas ficam atrás somente da classe C, a chamada nova classe média, que terá à disposição rendimentos de R$ 428 bilhões. No total, a massa de renda para o Brasil resultará num volume de R$ 1,38 trilhões, valor projetado para 2010 a partir de uma estimativa de crescimento do PIB de 7% em relação a 2009.

 

Além dos rendimentos, a classe D também ultrapassou ou alcançou a classe B em cinco das oito principais categorias de consumo interno: alimentação dentro do lar (23,4% contra 15,5%), vestuário e asses sórios (17,2% contra 16,9%), móveis eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (18,7% contra 17,6%), medicamentos (19,3% contra 19,1%) e higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar (empate de 18,6%).

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