O brasileiro está começando o ano com medo da criminalidade e desiludido com a honestidade dos políticos. Esse estado de espírito é o que transparece na pesquisa da inSearch – empresa de pesquisas especializada em comportamento e tendências do consumidor – sobre as expectativas para 2007 dos moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. No total, foram realizadas 900 entrevistas, sendo 300 em cada capital com homens e mulheres das classes A, B, C e D no período de 4 a 7 de dezembro 2006.
Para 57% dos entrevistados, a corrupção no País vai piorar e 47% responderam que em 2007 a criminalidade vai aumentar. Os paulistanos são os mais pessimistas quando o assunto é honestidade dos políticos: 69% acreditam que não haverá melhora na área. Esse índice é de 63% para os cariocas e de 43% para os soteropolitanos. Em relação à segurança, os paulistanos também lideram a lista dos pessimistas – 55% declararam que a situação irá piorar, seguidos pelos cariocas (51%) e soteropolitanos (34%).
O pessimismo, porém, não é generalizado. Em termos gerais, 77% acreditam que 2007 será melhor que 2006. No topo do ranking do otimismo estão os moradores de Salvador: 82% apostam que a vida vai melhorar este ano. Em seguida vêm os cariocas (75%) e os paulistanos (73%). Quando questionados sobre educação, saúde pública e desemprego, a maioria dos entrevistados demonstrou otimismo: 63% acreditam que a educação vai melhorar, enquanto 56% apostam na diminuição do desemprego e 51% afirmam que a saúde pública vai melhorar.
Classe social – Em termos gerais, é entre os integrantes da classe D que estão as maiores proporções de otimistas. Os entrevistados com menor poder aquisitivo são os que mais acreditam em melhorias na educação (67%), saúde (63%), desemprego (63%) e corrupção (53%).
No Rio de Janeiro, a classe D apresenta o maior percentual de esperançosos, polarizada com a classe A: 72% dos mais pobres crêem que a educação vai melhorar, contra 47% dos mais abastados. Em relação à saúde, a proporção é de 67% para 29% da A. Quanto ao desemprego, 78% dos cariocas de menor poder aquisitivo esperam melhoras, enquanto 37% dos mais abonados prevêem mais oportunidades de trabalho em 2007.
Mas os números cariocas são exceção. A classe A paulistana é a mais otimista quando se trata de educação (95%) e emprego (68%). Os soteropolitanos de maior nível socioeconômico também demonstram otimismo nas mesmas áreas: 74% prevêem melhoras na educação e 70% na saúde, além de um índice de 61% de entrevistados com fé na elevação do nível de emprego.