Empresas dos países emergentes parecem estar perdendo seu apetite por fusões e aquisições de companhias de economias desenvolvidas. Após uma forte alta no número de transações no primeiro semestre de 2010, os totais de negócios caíram no segundo semestre, forçando as organizações ocidentais a reconsiderarem sua atratividade para investidores internacionais.
De acordo com o último Emerging Markets International Acquisition Tracker (EMIAT) da KPMG, foram realizados 239 negócios no sentido Emergentes-Desenvolvidos na segunda metade do ano passado, contra 265 de janeiro a junho (número significativamente acima dos 195 acordos no segundo semestre de 2009).
Apesar das condições para a realização de negócios estarem ficando mais fáceis em todo mundo, esta última queda – aliada a um pequeno aumento no volume de negócios entre mercados emergentes – pode sugerir que, atualmente, os ativos nos mercados desenvolvidos não estão mais tão atraentes quanto no começo do ano passado.
Já as transações no sentido Desenvolvidos-Emergentes registraram crescimento de 2%, com 812 acordos. Embora seja um pequeno aumento, os dados mostram que as F&A lideradas por Desenvolvidos em países Emergentes voltaram aos níveis recordes de 2008.
“Após a forte movimentação no início de 2010, houve uma expectativa geral de que os negócios no sentido Emergentes-Desenvolvidos continuariam em alta. Entretanto, apesar do alto poder aquisitivo de alguns compradores isso não aconteceu, não por conta do preço das empresas-alvo, mas pelo contrário: O que parece estar acontecendo é que os mercados desenvolvidos não são – no momento – mais tão atraentes como eram anteriormente”, afirma Luís Motta, sócio da área de fusões e aquisições da KPMG no Brasil.