O consumidor brasileiro coloca a segurança como uma das principais vantagens do uso dos cartões de crédito e de débito, de acordo com a última pesquisa Consumer End Game, realizada pela Visa. Um dos objetivos do estudo é determinar a atitude do consumidor com relação aos diferentes meios de pagamento. Os resultados do último levantamento, realizado no fim de 2002 e que entrevistou centenas de pessoas, entre as classes A e D+, foram divulgados no início de março.
A pesquisa pediu aos entrevistados que citassem os motivos pelos quais gostam de usar os determinados meios de pagamento. No caso dos cartões de crédito, os motivos mais citados foram a segurança com relação ao dinheiro vivo, a possibilidade de adiar o pagamento de uma compra e a ampla aceitação. No caso dos cartões de débito, além da segurança, foram citados o fato de as despesas serem deduzidas diretamente da conta bancária e o fim da necessidade de carregar dinheiro ou passar num caixa eletrônico.
Em 2002, 79% dos entrevistados tinham pelo menos um tipo de cartão, de crédito, de débito ou de marca privada. Na primeira pesquisa, em 1999, a proporção era de 69%. Os resultados foram de 73% em 2000 e 77% em 2001. O maior aumento foi registrado na proporção de pessoas que utilizam um cartão apenas de débito ou com dupla função, de débito e de crédito. De 33% em 1999, a proporção subiu para 46% em 2000, 52% em 2001 e 61% em 2002. Essa proporção se dividia entre 25% de pessoas cujo cartão tinha apenas função de débito e 36% com dupla função, de débito e de crédito.
A proporção de pessoas que têm cartão de crédito também está subindo. A pesquisa registrou 42% em 1999, 47% em 2000, 46% em 2001 e 54% em 2002, sendo que nesse ano 18% dos entrevistados tinham cartões apenas de crédito e 36% com dupla função, de crédito e de débito.
A estudo também confirmou o aumento da penetração dos meios de pagamento eletrônicos em todas as classes sociais. A proporção de entrevistados que tinham pelo menos um cartão, de crédito, de débito ou de marca privada, chegou em 2002 a 92% no nível sócio-econômico A (81% em 1999), 93% no nível B (76% em 1999), 78% no nível C+ (72% em 1999), 69% no nível C- (61% em 1999) e 70% no nível D+ (47% em 2000, ano em que pela primeira vez esse nível foi incluído na pesquisa).
O aumento da penetração dos cartões de débito se espalha em todas essas classes. Em 2002, foram encontradas as proporções de 60% na classe A (41% em 1999), 59% na classe B (39% em 1999), 46% no nível C+ (36% em 1999), 37% no nível C- (26% em 1999) e 35% no nível D+ (22% em 2000). Quanto à penetração dos cartões de crédito, as proporções em 2002 foram de 80% na classe A, 68% no nível B, 45% no C+, 47% no C- e 37% no D+.
Outra tendência confirmada pelo levantamento é a redução do uso dos cheques. Da proporção sobre o uso dos diversos meios de pagamento relatada pelos entrevistados, a proporção dos cheques caiu de 23% em 1999 para 11% em 2002, com proporções de 20% em 2000 e de 13% em 2001. Com relação aos níveis sócio-econômicos, as proporções em 2002 foram de 5% no D+, 6% no C-, 8% no C+, 17% no B e 22% no A.
Os cartões tiveram uma proporção de 35% em 2002, sendo que 8% corresponderam aos cartões de crédito, 11% aos de dupla função, 8% aos de débito e 7% aos de marca privada. Em 1999, essa proporção tinha sido de 26%, dos quais 18% corresponderam a cartões de crédito, 6% a cartões de débito e 2% a de marcas privadas.
Por tipos de estabelecimento, os cartões começam a aparecer em áreas não tradicionais, como o setor de fast food, onde tiveram uma participação de 8% nas despesas, em 2002. Os cartões são responsáveis pela maioria das despesas de vôos de férias (66%) e hotéis de férias (52%) e em despesas relacionadas com a internet (72%).
Diversos setores mostram quedas acentuadas no uso dos cheques. Nos supermercados, por exemplo, os cheques, responsáveis por 22% dos pagamentos em 1999, ficaram em 8% em 2002. Nos postos de gasolina, a proporção caiu de 33% em 1999 para 12% em 2002. O setor de restaurantes, por sua vez, registrou uma queda igual à dos supermercados, de 22% em 1999 para 8% em 2002.