Poder de compra continua em queda

Pelo oitavo mês consecutivo, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) marcou 81,7 pontos, retração de 9,1% em relação a maio e de 26,3% no comparativo anual.  Mais uma vez, o indicador registrou o pior nível histórico desde janeiro de 2010. Trata-se da maior queda interanual da série histórica. O índice é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP, e varia de zero a 200 pontos. No qual abaixo de cem pontos significa insatisfação e, acima de cem pontos, satisfação em relação às condições de consumo.
 
Segundo a assessoria econômica da Federação, a alta da inflação e dos juros aliados à falta de perspectiva da recuperação da economia fez com que as famílias perdessem fortemente o poder de compra. Com isso, os consumidores preferem manter o consumo básico e buscam na poupança uma saída para equilibrar as contas. A estimativa da Entidade é que para os próximos meses o consumo permaneça em baixa, além de atingir novos recordes ao invés de uma reversão do cenário. Portanto, o segundo semestre do ano continuará a ser difícil para as famílias, pois com inflação e desemprego crescendo e sem perspectiva de melhora, o alerta máximo para as finanças continuará ligado. O que poderá manter o indicador nessa área de insatisfação.
 
ITENS
Pelo terceiro mês consecutivo, os sete itens que compõe o ICF registraram queda na comparação mensal. Pela primeira vez, Renda Atual (97,7 pontos) e Acesso ao Crédito (87,4 pontos) entraram na zona de insatisfação. Os dados mostram que é a primeira vez que as famílias acreditam que a renda está pior neste momento do que em relação ao mesmo período em 2014. A maior variação mensal negativa foi vista no item Momento para Duráveis, que recuou 15,4% na comparação com maio e atingiu 56,3 pontos.
 
O item Nível de Consumo Atual marcou 56,2 pontos, retraiu 12,1% na comparação com maio. Completando, assim, 29 meses seguidos no patamar da insatisfação. Perspectiva de Consumo caiu 12% no período e atingiu 64,9 pontos. Os indicadores Emprego Atual (106 pontos) e Perspectiva Profissional (103,4 pontos) despencaram 4,6% e 3,7% respectivamente.
 
RENDA
Pelo segundo mês seguido, o ICF de ambas as classes por renda ficou abaixo dos cem pontos. A pesquisa aponta que, entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, o índice atingiu 84,4 pontos, queda de 9,8% na comparação com maio. Adicionalmente, o índice de famílias com renda superior a dez salários mínimos recuou 7% e marcou 73,9 pontos.

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