Pokémon GO! O que capturamos?

Autor: João Lee 
Se você ainda não ouviu falar de Pokémon Go (o que é bastante improvável) já deve ter percebido que, de uns dias para cá, tem muita gente andando com o celular na mão, olhando pra cima e pra baixo e clicando na tela. Estão todos jogando este novo jogo. Ele é uma febre mundial e teve seu lançamento mundial, em julho, nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Aos poucos, está sendo disponibilizado em todo o mundo. O objetivo do jogo é capturar a maior quantidade de Pokémons possível, os monstrinhos estão espalhados pela cidade e, para encontrá-los, você deve persegui-los e achá-los ao seu redor, pela tela de seu smartphone. O aplicativo é gratuito e conta com duas tecnologias para funcionar: a geolocalização, baseada em seu GPS, e no conceito de realidade aumentada, que sobrepõe imagens virtuais ao mundo real.
O que nos chama a atenção neste assunto não é apenas o impacto que um aplicativo, baseado em um jogo dos anos 90, está causando no dia a dia da cidade em tão pouco tempo. Mas as possibilidades que esta nova tecnologia traz para o mercado. Quer ver uma prova disso? Faça uma pesquisa no google trends e veja a quantidade de buscas por “PowerBank”, o pico ocorre logo depois do lançamento do jogo no mundo. O motivo é simples, como o aplicativo roda no smartphone e usa quase todos os recursos do aparelho, a bateria é consumida muito rapidamente. Para continuar jogando o gamer tem duas opções: encontrar uma tomada e carregar seu celular ou conectá-lo a um PowerBank. Os e-commerces já estão lucrando com isto.
Outro exemplo, aparentemente mais distante do mundo da tecnologia: tive a oportunidade de conversar com o vendedor de coco de um parque de São Paulo e, de acordo com ele, o movimento nunca foi tão grande durante a semana. “Vou mudar o nome da barraca para Água de Cocomon”, me disse o vendedor. Se o jogo já tem efeito na venda de e-commerces e de coco no parque, imagine como este novo tipo de tecnologia irá alterar o jeito como consumimos e estruturamos dados no mundo digital! 
Quando o usuário instala o aplicativo em seu celular, dá permissão à: lista de contatos, acesso preciso ao GPS, leitura de todo o conteúdo gravado no dispositivo, acesso à sua rede, entre outros. Faça as contas. Com acesso a todos os dados e alterando o dia a dia dos usuários, o potencial é enorme!
Em uma previsão bastante realista, em poucos meses, os dados dos usuários como: onde moram, por onde andam, com que velocidade se deslocam, quanto tempo demoram para chegar no trabalho, quem são seus amigos, onde trabalham, quais suas preferências, quem são seus colegas no escritório, etc. Poderão ser disponibilizados para uma infinidade de aplicações comerciais.
Com tudo isso, conseguiremos oferecer um powerbank para os usuários quando a bateria estiver acabando, desconto na água de coco quando o usuário entrar no carro e estiver indo para o parque ou uma peça de comunicação dirigida de nossa marca para o cliente certo exatamente no momento certo. No final, neste novo universo os usuários capturam os pokémons e os pokémons capturam os seus dados. Água de coco, PowerBank, big data, pokémon e depois? Whats next?
João Lee é head de CRM e plataformas na ID

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