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Por necessidade ou status?



No ano em que a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, é realizada no Brasil, as ações relacionadas à sustentabilidade, que tanto recebem holofotes de todas as partes da sociedade, ganham um debate em busca de amadurecimento. O Brasil tem o quinto maior crescimento sustentável anual per capita do mundo, à frente de países como Estados Unidos, Canadá e Austrália, e empatado com Índia, Japão e Reino Unido, segundo o Índice de Riqueza Inclusiva, lançado pela ONU. Crescer de forma sustentável é uma questão de sobrevivência para as empresas ou de status puramente? O portal ClienteSA conversou com executivos e especialistas com exclusividade para trabalhar o assunto nesta reportagem especial.

 

Hoje, não há um dimensionamento do número de empresas que possuem ações de sustentabilidade, entretanto, é possível tomar como referência dois indicadores. Alejandro Pinedo, diretor geral da Interbrand, consultoria internacional de marcas, explica que um deles é a quantidade de empresas listadas na BMF&Bovespa no ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial. “Há 51 ações de 38 companhias. Elas representam 18 setores e somam R$ 961 bilhões em valor de mercado, o equivalente a 43,72% do total do valor das companhias com ações negociadas na BMF&Bovespa, em novembro de 2011”, detalha. A outra referência é um estudo realizado no Brasil por dois professores da Harvard Business School, Robert G. Eccles e George Serafeim, que aponta que 75 empresas já produzem relatórios de sustentabilidade, levando em consideração as empresas listadas na bolsa. Apenas a Natura, porém, produz o relatório integrado, combinando dados financeiros com informações de sustentabilidade. “O relatório integrado é uma ótima ferramenta importante nesse processo, pois mostra que sustentabilidade traz retorno financeiro”, informa.

 

Entre a população, a preocupação o tema caminha passo a passo, evoluindo cada vez mais.  “Esse processo é irreversível e vai se tornar um padrão para as organizações e para o consumidor, que vai exigir cada vez mais esse comportamento das empresas”, prevê Fábio Beltrão, sócio-diretor de inteligência de mercado da consultoria GS&MD – Gouvêa de Souza.

 

E é por essa crescente conscientização, que o discurso sustentável por si só não deve prevalecer, se as ações da empresa não condizem com o que se propõe na teoria, como coloca Beltrão. “Há, sim, uma real preocupação, porém muitas empresas ainda se valem de pirotecnia nesse assunto, tentando passar uma imagem irreal ao seu consumidor. Essa conduta é, de alguma maneira, desmascarada ao longo do tempo, ainda mais com as ferramentas de repercussão instantânea como as redes sociais”, analisa.

 

Mas, se as ações de responsabilidade sócio-ambiental são desenvolvidas de forma alinhada com as demandas dos consumidores e o crescimento sustentável da empresa, o resultado só tende a ser positivo no longo prazo, na avaliação do diretor executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani. “Até mesmo porque a definição de investimento social eficiente é aquele que está alinhado aos objetivos do negócio daquela empresa, aproveitando a experiência da gestão em benefício da causa defendida”, pontua. Carlos Nomoto, do Santanter, concorda: “A mensagem que tem por trás de todas essas ações é entregar ao cliente a sustentabilidade que ele tanto procura.” Porque, afinal, o protagonista dessa história toda é o consumidor. “Ele é fundamental a definição das nossas estratégias”, complementa.

 

Ainda de acordo com Nomoto, essa definição estratégica é a maior barreira a se transpor quando se fala de sustentabilidade. “Nosso maior desafio é incluir as dimensões ambientais e sociais nas decisões de negócio”, salienta. Mas vale a pena? “A tendência é que, no médio prazo, o consumidor se informe e consuma produtos de marcas com ações de sustentabilidade. E que preços sejam mais competitivos, já que este atributo continua sendo de importância para o consumidor”, projeta Fábio Beltrão, da GS&MD – Gouvêa de Souza. “Mais do que produtos, o consumidor identifica marcas sustentáveis”, complementa e reforça Cipriani, da Avon.

 

Acesse a reportagem “A pirotecnia estratégica acabou?” publicada na edição 117 da revista ClienteSA.

 

Hoje, no Brasil, as empresas estão em que patamar, em relação à sustentabilidade? Participe do fórum da ClienteSA no LindedIn e responda à enquete.

 

Confira também as reportagens exclusivas sobre o assunto:
Crescendo passo a passo
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A sustentabilidade pautando produtos
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Leia mais sobre o assunto:

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