Por que a inovação é boa para clientes?

Artigo: Sergio Dias
Ao abordar esse tema, duas palavras saltam à vista: Inovação e Cliente. Vamos contextualizá-las separadamente.
Inovar é explorar com sucesso novas ideias. É fazer mais com menos. Inovação é quando você consegue criar algo de valor reconhecido pelo mercado, transformando uma ideia em produto ou serviço de sucesso.  Sucesso pode significar aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios.  Quando digo que inovar é fazer mais com menos, me refiro à capacidade de extrair o máximo de resultado empregando o mínimo de recurso. Inovação em produto, serviço, processo, no marketing ou na própria organização.  Não importa.  A empresa que quiser sobreviver à crise e, se possível, tirar proveito dela, tem que inovar.
Mas não basta simplesmente criar algo novo para ser considerado como inovação. É preciso que esse algo novo seja consumido pelo mercado e resulte em riqueza para o empreendimento. É aí que entra a figura do CLIENTE.
Em qualquer tipo de negócio, o ponto focal é o cliente. A razão de ser de um empreendimento, ou seja, a missão da empresa tem a ver com esse ponto focal. É para atender demandas de clientes que os empreendimentos são criados. Não se imagina um empreendimento criado sem a perspectiva de ter clientes.
Pense seu negócio e procure enxergar de que forma ele está sintonizado com seu cliente. Responda primeiro a uma pergunta básica.
O que você considera ser a razão principal para que um cliente dê preferência a seu estabelecimento e compre seu produto ou serviço?   Ou seja: Você conhece seu cliente? 
Esse ponto focal é um ser complexo e individual. Cada cliente tem suas próprias características e particularidades. Clientes têm Expectativas, Hábitos, Preferências, Necessidades, Alternativas e fundamentalmente, PODER.
Não necessariamente todas elas nem apenas uma. Clientes quando entram em seu estabelecimento agem baseados em algumas dessas características e quando se tornam clientes frequentes, começam a se definir as características principais que o levam ao seu estabelecimento.
A análise detalhada do perfil de seu cliente irá lhe permitir identificar a natureza de sua demanda e, mais do que isso, irá revelar demandas não atendidas que são a base da criação de novos produtos e serviços. Portanto, as ideias surgirão da identificação de lacunas no mercado, que são as demandas não atendidas.
A inovação somente ocorre quando você identifica uma lacuna no mercado. Entenda-se essa lacuna como uma demanda não atendida ou, em muitos casos, uma demanda ainda não percebida pelo mercado e que você irá despertá-la.
Tudo gira em torno da preocupação e da necessidade de atender e manter seus clientes, colocando-os no foco do seu negócio.  Esse é o propósito da Inovação. Atender às demandas dos clientes e mantê-los encantados.
Outro aspecto que irá auxiliar decisivamente no processo de inovar é a inovação colaborativa.
Poucos empresários a adotam e os que o fazem tornam-se empreendedores inovadores.
Muitas empresas no cenário mundial estão praticando a abertura e a colaboração intra e extra empresa como fatores críticos para ter sucesso na inovação. No entanto, as empresas brasileiras têm relutado em adotar e tirar partido dessa prática.
Atualmente, inovar em produtos e serviços tem sido o objetivo de qualquer empresa em todo o mundo.
As empresas de maior porte estão criando equipes para cuidar da inovação, contratando consultorias especializadas e investindo em treinamento e capacitação de suas equipes para o gerenciamento da inovação.
Pequenas empresas também o fazem, embora em menor escala de investimento.
Algumas empresas já perceberam que buscar a inovação somente no âmbito interno (closed innovation) nem sempre traz bons resultados.
Muitas vezes melhores resultados são obtidos quando se envolve o ambiente da empresa, ou seja, aquilo que está fora da empresa, mas interfere em sua vida.
Daí, essas empresas descobriram que há mais eficácia no processo de inovação quando envolvem principalmente os clientes, além de colaboradores, fornecedores, parceiros ou outros, neste processo.
Esse conceito de buscar a inovação fora da empresa é conhecido como inovação colaborativa, ou inovação aberta (open innovation). É um conceito de inovação ainda muito pouco aplicado no Brasil, mas pode funcionar muito bem se utilizado de forma racional e objetiva.
Os empresários que querem ser reconhecidos como empreendedores inovadores devem adotar o hábito de usar as capacidades colaborativas de pessoas que estão no ambiente da empresa, apropriando-se de todas as oportunidades de criação e melhoria de seus produtos e serviços. O resultado disso será o melhor desempenho, e a maior competência empresarial.
Sergio Dias é sócio da Sdias Consultoria e prestador de serviços de consultoria no Sebrae/RJ, nas áreas de gestão da inovação e planejamento estratégico. Também é consultor e facilitador de cursos de inovação na Firjan e na Anpei, além de vice- presidente da Assespro-RJ e membro do Conselho Empresarial de Inovação da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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