Autor: Luiz Alberto Ferla
O ano que passou talvez seja para sempre lembrado como o ano da crise e do colapso do sistema financeiro mundial. Mas, por outro lado, foi o ano da consolidação das redes sociais e da web 2.0. Descobrimos que até agora só arranhamos a superfície do universo de possibilidades de colaboração entre as pessoas, onde quer que elas estejam. Com a ajuda dessas ferramentas, 2009 tem tudo para entrar para história como o ano da volta por cima. Isso porque, pela primeira vez na história, podemos juntar o conhecimento de milhões de pessoas e construir a partir daí o que sempre nos fez sair das crises: a inovação.
Para começar, as empresas finalmente acordaram para o potencial das redes sociais. Como o Orkut pode ajudar os negócios já não é mais a pergunta da vez. A questão agora é como dar o próximo passo e fazer com que os consumidores possam fazer parte das estratégias da empresa participando também do conteúdo dos sites. Google – sempre ele – já deu esse passo criando o Friend Connect que estabelece uma ponte entre as redes sociais e os sites. O consumidor pode entrar no endereço da empresa e ao mesmo tempo interagir com outras pessoas com interesses em comum, tudo isso conectado ao seu grupo de amigos nas redes sociais.
Outra ferramenta já praticamente consolidada é o micro-blogging do Twitter. Se no início não se sabia muito bem que direção esse recurso ia tomar – saber que fulano está escovando os dentes, definitivamente não é relevante – agora já se sabe: dispersar informação. Nos Estados Unidos o Twitter manteve os eleitores de Barack Obama a par dos desenlaces da campanha e, no Brasil, ajudou no trabalho de resgate das vítimas dos alagamentos em Santa Catarina. Para empresas, o Twitter é o melhor espelho possível do que está na boca do povo. E, melhor ainda, com a possibilidade de interagir e fornecer informações relevantes a partir do celular.
E por falar em celular, está claro que no quesito comunicação móvel ainda não vimos nem o começo. A Apple acertou em cheio com o lançamento do iPhone, mas foi ainda mais certeira com a redução do preço do aparelho. Preços mais baixos significam mais gente utilizando e, portanto, maior interação entre usuários.
No Brasil, talvez o único impedimento para a tecnologia decolar de vez seja a infra-estrutura, ainda lamentavelmente precária. De qualquer forma, não há como fugir do fato de que a colaboração é um caminho sem volta. Neste ano veremos como milhões de cabeças pensam melhor do que uma e serão capazes de enfrentar qualquer desafio. Ferramenta e vontade para isso é o que não falta.
Luiz Alberto Ferla é CEO das empresas Talk Interactive e Knowtec.