Estamos vivendo o período que será lembrado pelos historiadores como a época em que as pessoas assumiram o comando de suas vidas, em vez de ficarem esperando pelas iniciativas do Estado ou das Empresas. Nas próximas décadas, as relações trabalhistas devem mudar completamente. Serão substituídas por relações jurídicas com prestadores de serviços e terceirizados. Essa a “revolução invisível” que precisa ser entendida com clareza para evitar as frustrações sobre as crescentes taxas de desemprego.
Um crescente número de pessoas intuitivamente já percebeu que melhor que entrar em filas em busca do emprego humilhante é cuidar da vida. Como um deles me disse recentemente, numa bela metáfora: “Os pombos têm asas e sabem voar, mas acabam se contentando com as migalhas no asfalto dados por transeuntes”.
Dilma Abdias e Carlos Dias são exemplos de quem preferiu juntar forças e voar. São pessoas felizes por realizarem o sonho do negócio próprio. Em vez de continuarem meros coadjuvantes dos sonhos alheios, ambos assumiram as rédeas de suas vidas.
Ambos foram demitidos após mais de uma década dedicada aos patrões, ela como doméstica, ele como caixa num grande banco. Só que em vez de voltar a procurar emprego, foram procurar clientes. Ela no serviço, ele na indústria. Ela montou sua barraca de praia no badalado Posto 9, em Ipanema, Rio de Janeiro. Ele fundou uma fábrica de pijamas, a Fitswell, sediada em Guarulhos, São Paulo.
Dilma e Carlos são intuitivos, criativos, determinados e apaixonados pelo que fazem. Atitude, foco no cliente e perseverança fizeram a diferença. Enfrentaram dificuldades mas cavaram a oportunidade do negócio em vez de perderem tempo atrás de emprego.
Ela “abre a praia” às 7h da manhã. Aluga óleo de bronzear e óculos escuros. Vende também refrigerantes, cervejas e petiscos. Você, leitor, pode até pensar “e daí? outros também vendem isso!” Vendem, sim. Mas poucos conseguem fazê-lo da forma que a diferencia. Isso para não falar no sorriso sincero que adiciona um bom humor contagiante àquele ponto de encontro de celebridades.
Ele, por sua vez, a partir da aquisição de alguns metros de tecido, costurou as primeiras peças e foi cativando seus primeiros clientes. Daí a montar a fábrica que hoje emprega 280 pessoas foi uma consequencia natural. Hoje já recebe as primeiras encomendas internacionais.
E você, leitor? Precisa decidir se vai ficar na contramão dessa história ou se vai fazer “do seu sonho uma ponte”, como sugeriu o poeta Fernando Sabino. Mesmo que decida continuar na folha de pagamentos de uma empresa, trate sua carreira como um negócio. Quem não cuida dos próprios sonhos acaba como coadjuvante dos sonhos dos outros. Nos momentos de dúvida, lembre-se: você é o Presidente da sua Vida!
César Souza ([email protected]) é empresário, consultor de empresas e autor do livro “Você é do Tamanho de seus Sonhos” (Editora Gente, 15a. edição)