Pronto para crescer?

A perspectiva é de crescimento do Brasil, com a continuação do fenômeno do aumento da classe média. E o desafio é se preparar para atender essa demanda, que não será pequena. Essas foram as principais conclusões que chegaram os líderes empresariais que participaram do terceiro painel do XI Encontro com Presidentes, realizado ontem (22), em São Paulo, após a palestra de Flavio Estévez Calife, economista da Boa Vista Serviços.
Quem vem trabalhando com essa boa perspectiva é a Coface, segundo sua presidente, Marcele Lemos, que espera um aumento do consumo. “A projeção que nós fazemos é de estabilidade, o que é um ponto positivo, pois isso impacta na pessoa física e, consequentemente, na pessoa jurídica, o que para nós, seguradora de crédito, é um dado importante”, comentou. Ela acrescentou ainda dois fatores que devem contribuir para o crescimento do País: a realização dos eventos esportivos internacionais e o PAC com bilhões de investimentos.
A visão foi compartilhada por Jin Whan Oh, presidente da Verisys e da Plurimax, que comemorou o fato do Brasil ter hoje o seu maior número de pessoas economicamente ativas, o que resultou na redução das desigualdades. Em relação ao futuro, Whan Oh afirmou que o país está condenado ao crescimento, pelo tamanho da população. O que resta sabe, na opinião dele, é como as empresas irão lidar com isso. “A população é quem vai segurar a economia, por mais simples que isso possa parecer. Temos um mercado consumidor forte. O desafio é se preparar para aproveitar esse cenário. Há a necessidade de um planejamento”, pontuou o presidente, durante o painel que teve Antonio Cruz, presidente da Graber, como moderador.
Diante dessa afirmação, Jefferson Frauches Viana, presidente da Wayback, comentou que o mercado de crédito e cobrança vem um pouco a frente, já se preparando para esse crescimento, citando inclusive o instituto Geoc, como exemplo, onde empresas do mesmo setor se uniram para compartilhar conhecimento. “O grande ganho é a troca de aprendizado”, garantiu. Para Frauches, pensar fora da caixa pode ajudar a vencer desafios e acompanhar o crescimento do Brasil.
Não tão otimista, Acácio Queiroz, presidente e CEO da Chubb, também vê que a classe média irá aumentar, ainda segurando a economia, porém com um menor poder de consumo do que hoje. O desafio nesse cenário será o de ser competitivo, segundo ele. “As empresas precisam diminuir os custos, aumentar a produtividade e atender bem o cliente. Porém, a questão tributária prejudica a competitividade. Em um País onde se tributa saúde e educação, não dinheiro para investir em inovação. E agora é a hora de inovar, pois os consumidores serão cada vez mais exigentes. No final, o governo mata a produtividade”, finalizou Queiroz.

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