Pesquisa realizada pela Latin Trade, em parceria com a Neoris, empresa global de consultoria de tecnologia, revela que 76% dos executivos com decisões para América Latina administram orçamento de até US$ 50 milhões. Segundo o estudo, 7% tem orçamento entre US$ 50 e 100 milhões e 17% orçamento anual de mais de US$ 100 milhões. A pesquisa é resultado de 300 entrevistas feitas com 198 executivos de 142 companhias de diversos segmentos, nos cargos de Chief Executive Officer (43%), Chief Marketing Officer (28%), Chief Financial Officer (14%), Chief Information Officer (9%) e Chief Human Resources Officer (6%).
De acordo com o estudo, de cada cinco executivos sênior consultados, dois apontam o crescimento como a principal prioridade das corporações com operações na região, considerada uma das mais voláteis do mundo. Para chegar ao crescimento, a maioria dos líderes deve expandir os lucros utilizando suas próprias forças de venda, enquanto apenas uma pequena parcela utilizará canais indiretos e parceiros de venda como alternativa estratégica de melhoria nos negócios.
Se planejar com base no orçamento anterior também é uma tendência nas empresas. Mais da metade das grandes corporações com 1 bilhão de dólares ou mais de orçamento levam isso em conta no momento de traçar novos planos.
O planejamento orçamentário continua sendo uma atividade amplamente centralizada, já que 80% dos executivos relatam que metade ou mais do orçamento é administrado dessa forma. No entanto, conforme a empresa cresce a administração do orçamento vai ficando mais descentralizada. As grandes operações do Brasil e México foram citadas como exemplos primários de administrações descentralizadas de capitais.
Na segunda posição entre as prioridades das corporações está o aperfeiçoamento dos processos organizacionais. A maioria dos líderes relatou medidas severas de cortes de custos como parte de uma estratégia para reestruturar globalmente as organizações, o que, nos últimos dois anos, resultaram em uma grande busca pela produtividade elevada ao invés da contratação de serviços adicionais, fato que acabaria dando mais gastos para as empresas.
Outra prioridade apontada pelos entrevistados é a inovação, decorrente do desafio iminente de gerar novos produtos e serviços que sejam “melhores, mais rápidos e mais baratos do que os já existentes no mercado”, como dizem os executivos das principais indústrias de tecnologia. Uma frase comum de ser dita por eles é: “Você deve inovar constantemente apenas para manter as vendas”. Paradoxalmente, em muitos casos, a ênfase na inovação declina assim que a empresa cresce.
Na análise por cargos, os CEOs (Chief Executive Officer) e CFOs (Chief Financial Officer) são os profissionais que apresentam a melhor visão da companhia. Se por um lado os CEOs estão mais interessados em obter melhora nos lucros e menos interessados em processos e inovações, por outro os CFOs vêm se empenhando na diminuição dos gastos através da terceirização de serviços (outsourcing), como ocorre com muitas empresas de TI e telecomunicações.
Dentro do orçamento disponível para cada função, esses dois executivos também são os que apresentam as maiores despesas com folha de pagamento, gastando 44% e 43%, respectivamente. Já os CHOs (Chief Human Resources Office) e CIOs (Chief Information Officer), que estão próximos em termos de volume de orçamento, gastam 46% e 30% com pagamento de pessoal.
Com a pesquisa, a Neoris também procurou investigar quais os serviços que estão sendo terceirizados em maior escala pelas corporações. No ranking geral, destacaram os segmentos de consultoria de tecnologia da informação (20%), marketing integrado (18%) e consultoria de gerenciamento de negócios (11%).