Os projetos de Tecnologia da Informação (TI) voltam a ganhar fôlego, impulsionados pela maior demanda na implantação de projetos de CRM – Customer Relationship Management e BI – Business Intelligence, entre outros, nos setores de telecomunicações, indústria, serviços, bancos, setor público e farmacêutico.
Após dois anos em que fornecedores de soluções de TI e consultorias viram o mercado retraído devido a problemas na economia e à ênfase na implementação dos ERPs, o mercado dá sinais mais consistentes de retomada. “Nos projetos de CRM, pesquisas já apontam aumento que pode chegar a 30% este ano, em comparação a 2001, nos projetos em implantação”, destaca Júlio Morávia, vice-presidente de estratégia de negócios da Relacional Consultoria.
Do segmento de BI, desenvolvimento e gerenciamento de sistemas, a Relacional confirma a tendência: os projetos de CRM desenvolvidos para seus clientes cresceram 30% já no primeiro trimestre, comparados a igual período de 2001. No segmento de BI, a Relacional está com 12 projetos em andamento para grandes grupos, com crescimento de 40% em relação a 2001.
“Nos dois últimos anos, esperava-se que o CRM seria a bola da vez, mas isto não ocorreu pois muitas empresas aguardavam os resultados das implementações das empresas líderes no uso de tecnologia”, lembra Morávia. Ele explica que outros problemas verificados anteriormente com os projetos já estão corrigidos ou em vias de correção e muitas empresas que acertaram a metodologia na implementação do CRM a partir deste ano passarão a contabilizar resultados de curto e médio prazos.
Em relação aos projetos de BI, o mercado mais competitivo tem exigido que as empresas disponham de dados precisos para a tomada de decisões. Os processos de coleta, transferência, análise e distribuição dos dados para melhorar as decisões estratégicas tornaram o BI uma ferramenta fundamental no atual mundo dos negócios, observa Morávia, ao destacar que “já não é mais possível tomar decisões com base em avaliações subjetivas”.
O setor de telecomunicações é um dos que registram maior demanda por projetos de CRM e BI. Grande parte das empresas que atuam no setor estão implementando ou já implementaram sistemas de suporte ao CRM, considerando que, antes de ser um conjunto de programas e ferramentas, ele deve ser um processo de revisão contínua na gestão de relacionamento com os clientes.
Já o setor público federal, cuja estimativa é de gastos em tecnologia da informação em torno de US$ 1,89 bilhão, é um dos que atrai mais a atenção dos fornecedores de serviços e produtos, não só em função de projetos de CRM e business intelligence, mas também do desenvolvimento e suporte de plataformas para datawarehouse, implantação de sistemas de débito automático de contas e mudança de plataformas, entre outros projetos.
Neste setor, a Relacional Consultoria prevê ampliar sua receita com a prestação de serviços entre 15% a 20% este ano. Para isso, a empresa constituiu um Diretoria de Negócios Públicos, e atende alguns órgãos públicos, como Serpro, do Ministério da Fazenda, Iplan e Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. “Há uma forte demanda por projetos de datawarehouse e atualização de plataformas que permitam ampliar a agilidade dos órgãos públicos”, constata Haroldo Bogado, diretor da nova divisão.
No setor de bancos, seguradoras e administradoras de cartões, a maior demanda está concentrada em BI e datawarehouse. “As empresas da área de finanças continuam voltando esforços para ampliar o relacionamento com os clientes, ao mesmo tempo em que estão mais preocupadas com a detecção de fraudes e gerenciamento de riscos. Isto inclui o chamado CRM analítico – uma modalidade do business intelligence aplicada ao CRM, na qual as instituições financeiras já baseiam sua operação”, completa Silvério.