Marco Antônio Sampaio de Campos
Sem sistemas de logística, as relações de consumo dificilmente podem ser efetivadas no cenário vivido pelo mercado atualmente. Sejam negócios de TI, Telecomunicação ou, até mesmo, Alimentação e Vestuário, as partes envolvidas, sem a menor sombra de dúvida, exigem processos logísticos eficientes e ágeis. Afinal, dinheiro parado é dinheiro perdido.
A pronta-entrega é fundamental para muitos clientes, mas estoques pequenos estão ditando as regras nas cadeias de distribuição, pois ao estocar produtos, as empresas também estão armazenando impostos e, no caso de importações, estamos falando em 60% ou mais, em relação ao valor da mercadoria. Com ferramentas como movimento de vendas e previsões é perfeitamente possível atender clientes de imediato ou em um prazo razoável – caso a importação se faça necessária – mantendo um estoque mínimo.
Produtos de alto valor agregado e baixo peso físico possibilitam importações mais ágeis: as aéreas. Eles permitem que os clientes possam ser atendidos em cerca de 20 dias. Isso, levando em consideração de que se trata de um processo que vai desde a colocação do pedido até a entrega no Brasil.
Ainda podemos lembrar que, na década de 1980, um processo de importação levava de 60 a 90 dias para ser concluído. Se compararmos com os dias atuais, vemos que houve um grande progresso tanto em tecnologia quanto em mudanças na política aduaneira. O que devemos continuar exigindo é a queda dos altos impostos e também a maneira como são cobrados. Em um processo de importação, todas as empresas recolhem ICMS, IPI, PIS e Cofins antes mesmo de tocar na mercadoria. O ideal seria a tributação acontecer da mesma forma que ocorre quando fazemos uma compra local: pagamos os impostos no momento da aquisição.
Nosso sistema, que já foi bastante rígido, pelo menos ainda nos permite algumas alternativas, como a “Admissão Temporária”. Ela é válida por 90 dias e pode ser prorrogada para mais 90, quando necessitamos testar um produto para sentir se ele é adequado ao mercado. Nesse caso, os impostos e a cobertura cambial não são devidos até que seja dado um destino definitivo à mercadoria, que pode ser sua devolução ao país de origem ou sua internalização.
Os impostos e taxas que envolvem uma importação no Brasil são muitos e pesados. Alguns valores ainda podem ser recuperados no momento da venda do produto, mas uma grande parte deles é absorvida. As empresas precisam buscar processos logísticos adequados aos seus negócios, visando sempre atender as necessidades de seus clientes da maneira mais ágil possível e lembrando de estar sempre atentas às novas resoluções do setor. Afinal, a rapidez e a busca por impostos menores devem nortear todos os setores do consumo, sejam eles pessoais ou corporativos.
Marco Antônio Sampaio de Campos é diretor da Cernet Tecnologia e Sistemas.