Reposicionar a marca pode ser um passo poderoso para enfrentar as mudanças de cenário, superar a concorrência e refletir a evolução interna da empresa
Autor: Luiz Gustavo Neves
Em 2023, Elon Musk decidiu mudar o nome do Twitter para X, uma decisão que gerou (e ainda gera) grande repercussão entre os usuários nas redes sociais. No Brasil, recentemente, a Elo, uma das maiores empresas de tecnologia de pagamento do país, anunciou um rebranding com uma nova identidade visual e uma nova maneira de se comunicar com o público. Outro caso recente foi a Gympass, gigante da saúde e bem-estar que agora é Wellhub.
Mas por que marcas constituídas e bem conhecidas resolvem se submeter a essa mudança?
O fato é que, o (nada trivial) reposicionamento de marca é uma estratégia necessária para algumas empresas que precisam ajustar sua imagem para permanecerem relevantes e competitivas em um mercado em constante evolução. É um processo que envolve a redefinição não apenas de nome e imagem, mas também de valores e uma proposta que se alinhe melhor ao produto oferecido, assim como às expectativas e necessidades do público-alvo.
Avanços tecnológicos podem exigir que uma empresa ajuste sua imagem para continuar atraente e relevante, e até mesmo para aquelas que não se adaptaram ao crescimento das plataformas digitais e acabaram perdendo espaço para concorrentes mais ágeis e inovadores. Quando ocorrem mudanças significativas no mercado como um todo, ou seja, quando se nota um novo comportamento dos consumidores, o reposicionamento pode ser quase inevitável em alguns casos.
Além disso, a concorrência acirrada pode forçar esse reposicionamento para se diferenciar e conquistar uma fatia maior de clientes. Em setores altamente competitivos, onde os produtos e serviços são semelhantes, a percepção do consumidor final pode ser o diferencial decisivo. Um reposicionamento bem-sucedido pode transformar uma marca comum em uma preferida, destacando seus valores únicos e conectando-se emocionalmente com o público.
Outra razão para esse movimento é a evolução interna da própria empresa. Fusões, aquisições ou mudanças na missão e visão da organização podem necessitar de uma nova abordagem de marca. Por exemplo, uma empresa que expande suas operações internacionalmente pode precisar ajustar sua marca para ressoar melhor com culturas e mercados diferentes, garantindo uma mensagem coesa e impactante globalmente.
Obviamente, reposicionar uma marca não é uma tarefa simples e traz vários desafios. Empresas que se submetem a esse processo costumam fazer uma pesquisa profunda para entender a percepção atual do negócio pelo público, assim como os desejos e expectativas do mesmo e coletar muitos dados para definir o caminho a seguir. Uma mudança mal planejada pode alienar clientes leais e confundir o mercado. Logo, tal execução deve ser cuidadosa e estratégica, envolvendo todas as partes interessadas para garantir uma transição o mais suave e eficaz possível.
Portanto, decidir enveredar pelo desafiador caminho do reposicionamento significa ter em mente que se está lidando com uma ferramenta poderosa não só para enfrentar as mudanças de cenário, mas também para superar a concorrência e refletir a evolução interna da empresa. Quando bem executado, pode trazer resultados fantásticos, aumentar sua relevância e impulsionar o crescimento. No entanto, é essencial abordar este processo com uma estratégia clara e bem informada para evitar os riscos associados e garantir que a nova posição ressoe positivamente.
Luiz Gustavo Neves é cofundador e CEO da StopClub (GigU).