Talvez pelo jeito mais caloroso e sociável que é parte da nossa cultura seja a razão que faça do brasileiro um público que mais adote as redes sociais e se torne um aficionado por elas. Ainda assim, o costume é utilizar as plataformas somente como uma forma de relacionamento. Tanto que, por mais que estejam sempre conectados, os consumidores, por exemplo, ainda não estão habituados à ideia de realizarem compras nas redes sociais. Conforme explica a gerente do MercadoLivre Publicidade, Alexandra Mendonça, se compararmos o mercado brasileiro com outros – como o europeu e o norte-americano, esses estão mais bem desenvolvidos na questão do social commerce. “No Brasil, a cultura em relação às redes sociais é muito mais na questão do relacionamento, da interação e não da venda em si”, afirma.
Por outro lado, esse comportamento dos internautas no País não quer dizer que o social commerce não possa evoluir. Muito pelo contrário. Segundo a executiva, o potencial dessa estratégia em evoluir no mercado brasileiro é grande, mesmo que ainda haja um longo caminho a ser percorrido. “De forma geral, as redes sociais podem ser vitrines importantes para que as marcas explorem seus produtos e posicionamentos. E, sim, elas podem se tornar um canal de vendas”, adiciona. Só que para esse processo dar certo, é preciso que as marcas estejam preparadas para resposter o mais rápido possível, a fim de atender as demandas dos clientes e resolver os eventuais problemas. Pois, por mais que o brasileiro passe a aderir as redes sociais como um canal de vendas, elas continuaram a ser um local para pesquisas e acesso à informações sobre as empresas, produtos e opiniões de outros consumidores.
Da mesma forma, assim como qualquer lógica do e-commerce, é preciso ter em mente que o social commerce é também um processo complexo, pois oferecer uma boa experiência de compra ao cliente é um desafio constante – logísticas de entrega, pagamento, frete, informações do produto, contato, etc. Por essa razão, o varejista deve ficar bem atento à plataforma escolhida e saber qual é a que mais se encaixa para a satisfação seja alcançada. “Obviamente, as redes sociais que querem realmente se aproveitar dessa lógica de social commerce também precisam estar preparada tecnologicamente para oferecer isso aos usuários e à marca”, declara Alexandra.
No caso do MercadoLivre, a executiva explica que por mais que ele seja uma plataforma tecnológica para venda e compra de produtos, o marketplace em si não se encaixa ao conceito de social commerce. Porém, entre as unidades de negócio que existem na empresa, está o MercadoShops, que permite criar e fazer gestão de lojas on-line e também integrar produtos no Facebook. “As ofertas dos vendedores ficam disponíveis para compra em dois ambientes simultâneos, tanto na plataforma do MercadoShops quanto em uma loja na rede social.” Essa, inclusive, foi a forma encontrada pela empresa de estimular o desenvolvimento do social commerce, acreditando em seu maior desenvolvimento no mercado brasileiro.