Dos usuários da internet na cidade de São Paulo, 86,2%, consideram que a Lei n° 12.737/2012, popularmente conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”, não será suficiente para o combate aos crimes virtuais. A lei alterou o Código Penal para tipificar como infrações os delitos digitais. Dos entrevistados, 62,3% informaram conhecer a respectiva lei, contudo, ainda há descrença da população sobre a sua aplicabilidade. É o que apresenta a sexta edição da pesquisa “O Comportamento dos Usuários na Internet”, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP.
Foram ouvidos mil entrevistados no município de São Paulo e o questionário buscou entender os hábitos dos internautas sobre: compras online, a influência da propaganda na web, o uso das redes sociais, as ocorrências de crimes eletrônicos, o arquivamento e a utilização de dados pessoais de usuários por empresas, os usos de aplicativos e de dispositivos pessoais no trabalho e o aproveitamento de ferramentas tecnológicas para proteção de dispositivos. Nesta edição, a pesquisa traz novas questões que abrangem os fatores de influência na efetivação de uma compra pela internet, o valor médio das compras e os principais meios de pagamento utilizados, bem como o levantamento do tempo médio em que os usuários permanecem conectados nas redes sociais.
Com relação às compras pela internet, 58,6% dos entrevistados confirmaram realizar a ação. O resultado é maior se comparado com o ano passado, quando 55,9% disseram adquirir bens na web. Dentre os motivos para a compra na internet, o fator de estímulo é a praticidade, indicado por 55,5% dos entrevistados. Como principal meio de pagamento, o cartão de crédito com o valor parcelado foi indicado por 57,4% dos entrevistados. Além disso, a maior parte dos internautas paulistanos disseram utilizar redes sociais (87,8%), um acréscimo de 84,1%, em comparação com 2013. A mais acessada continua a ser o Facebook (98,1%), seguida pelo Twitter (14,1%) e pelo Instagram (12,8%). As mulheres lideram o ranking de acesso e representam 91,9%, contra 83,6% entre os homens. A média de acesso diário é de até uma hora, 40,3%.
Segundo os dados, 54,7% dos paulistanos informaram usar seus dispositivos pessoais (computador, tablet ou celular) no ambiente de trabalho, sendo que 35,9% dos entrevistados levam dados ou informações da empresa nos seus aparelhos. Além disso, o porcentual de pessoas que afirmaram já ter sido vítima ou de ter alguém da família prejudicado por algum crime digital se manteve estável, passando de 17,9% no ano passado para 18% nesse ano. Sobre a guarda de registros de acesso para o auxílio de eventuais investigações de crimes eletrônicos, 79,3% afirmaram que os sites devem armazenar as informações. Contudo, apenas 30,4% afirmaram confiar na guarda desses registros. Outro ponto relevante é que 66,6% dos entrevistados afirmaram que não costumam ler integralmente os contratos ou “termos de uso” dos sites e redes sociais que utilizam.
Questionados sobre o receio de fraudes e ataques de hackers em dispositivos pessoais, 80,8% dos entrevistados afirmaram temer a ocorrência. Contudo, 34,4% da amostra disse não utilizar nenhum tipo de ferramenta tecnológica para evitar a captação de senhas, fraudes ou invasões de computadores.