Serasa apresenta perspectivas empresariais


A Serasa ouviu 960 empresas de diferentes setores em todo o país. Desse total, 65% estão convencidas de que o faturamento deve aumentar em relação a 2005. O empresariado brasileiro está otimista tanto em relação aos próprios negócios quanto às perspectivas para a economia neste e no próximo ano. É o que aponta a pesquisa inédita de perspectiva empresarial feita pela Serasa entre 06 e 15 de março, com executivos de todo o país (presidentes, diretores e economistas chefes). O objetivo é identificar as principais tendências da economia a partir do levantamento das perspectivas dos empresários, indo além da confiança desses agentes.

A pesquisa divulgada traz informações qualitativas e quantitativas sobre variáveis que captam as perspectivas das empresas sobre as condições macroeconômicas do país (PIB, taxa de juros e taxa de câmbio), os indicadores de emprego e renda (taxa de desemprego e renda média da população), a inadimplência e oferta de crédito geral (grau de inadimplência da população, inadimplência no seu negócio, oferta de crédito na visão da indústria, comércio e serviço e oferta de crédito para pessoa física (PF) e pessoa Jurídica (PJ) na visão das instituições financeiras), os indicadores do negócio de cada empresa (faturamento, preço dos insumos) e as modalidades de pagamento (à vista e a prazo).

Veja os resultados nos 5 blocos da pesquisa:

1. Bloco: Indicadores macroeconômicos (PIB, taxa de câmbio do dólar e Selic)

Para a maior parte das empresas (49%), o PIB deverá crescer em 2006 e também em 2007, com parcela maior nesta condição (52%). Os mais otimistas estão entre os segmentos de médio e grande portes, com destaque para as instituições financeiras. A análise por região aponta que as regiões Norte e Centro-Oeste são as menos otimistas para o próximo ano. Sendo que as praças de Minas Gerais e Espírito Santo aguardam 2007 com menor entusiasmo.

A expectativa para a taxa de câmbio do dólar é de estabilidade no final do 1º semestre, porém, prevêem recuperação da correção cambial (desvalorização do real) até o final do ano. A região Centro-Oeste e o Rio de Janeiro são os destaques com elevada perspectiva de evolução do dólar no segundo semestre e final do ano. O setor indústria, as regiões Nordeste e Sudeste dividem-se entre estabilidade e crescimento. São Paulo Interior, Grande São Paulo e Espírito Santo, por sua vez, aguardam estabilidade até o final do ano.

A percepção de queda na taxa de juros é compartilhada por todos os segmentos, e a expectativa é que isso ocorra mais fortemente no final do 1º semestre. As instituições financeiras e as empresas de grande porte mostram-se mais otimistas e apostam mais nesta tendência do que os demais segmentos. O pequeno porte, o comércio, a região Norte, Sul, São Paulo Interior e Espírito Santo apostam um pouco menos nesta perspectiva que os demais segmentos.

2º Bloco: Indicadores de emprego e renda

Observa-se ligeira predominância de expectativa de crescimento, para 37% dos entrevistados, da taxa de desemprego no final do 1º semestre e queda, para 38%, da taxa de desemprego até o final do ano. Os mais otimistas estão entre os segmentos de médio porte, instituições financeiras, São Paulo Interior e Minas Gerais. Os menos otimistas são as empresas do comércio, as regiões Centro-Oeste, Sul.

Outra informação é que a maior parte dos segmentos analisados, 47%, estão fortemente alinhados com a estabilidade da renda do brasileiro, tanto para o 1º semestre quanto para o ano. As instituições financeiras e o Rio de Janeiro apostam em crescimento da renda mais para o final do ano. Os empresários menos otimistas são os das regiões Centro-Oeste e Sul. Em sentido oposto estão os da região Sudeste.

3º Bloco: Inadimplência e oferta de crédito geral

A maioria dos empresários esperam crescimento da inadimplência do brasileiro no semestre e no ano. A percepção é mais acentuada no comércio e nas instituições financeiras (60% apostam em alta no semestre e 63% no ano) e na região Centro-Oeste (68% e 59%). A Grande São Paulo (45%, 41%) e a região Norte (50% e 45%) apostam menos na inadimplência. Ao contrário, estão a região Centro-Oeste (68% e 59%) e o interior de São Paulo (59% em ambos períodos analisados). Porém, quando perguntados sobre a inadimplência no seu próprio negócio a maioria, 57%, acredita em estabilidade.

4º Bloco: Indicadores do negócio

A expectativa é de crescimento no faturamento da empresa, para 65%, no fechamento do ano. Os que aguardam com maior otimismo esta perspectiva são as empresas de grande porte, 74%, principalmente da indústria, com destaque para a região Nordeste e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A região Centro-Oeste destoa da média, aposta em queda, 35%, no primeiro semestre e de 30% no ano.

De modo geral, a expectativa é de que os investimentos mantenham-se estáveis. O destaque fica com as instituições financeiras, 49%, que devem aumentar os investimentos ao longo do ano. As empresas da região Nordeste e do Estado do Espírito Santo também apontam crescimento para o final do ano. O Rio de Janeiro e São Paulo Interior dividem-se entre crescimento e estabilidade no fechamento do ano.

5º Bloco: Modalidades de pagamento

De modo geral, a composição das vendas à vista e a prazo hoje está na proporção de 30% para 70% respectivamente. O comércio segue rigorosamente esta razão. No setor indústria, a composição das formas de pagamento varia significativamente e trabalha com a proporção de 18% e 82%. A composição das formas de pagamento não deve se alterar no semestre e no fechamento do semestre, variando em torno de 1 ponto percentual.

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