Após o fraco desempenho de 2005, o setor supermercadista deve voltar a registrar dados mais positivos. Estudo realizado pela Lafis Consultoria indica que, este ano, o faturamento dos supermercados deve registrar um crescimento nominal da ordem de 10,2% ante 2005, alcançando a marca de R$ 115,7 bilhões. Em termos reais, considerando a previsão de 5,1% para o IPCA médio, a expansão do faturamento ficará em 4,8%. No ano passado, segundo projeções da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), as vendas registraram um crescimento real de apenas 0,66%. O faturamento do setor chegou a cerca de R$ 105 bilhões contra R$ 98,5 bilhões em 2004. Os dados consolidados referentes a 2005 serão divulgados apenas em abril.
Entre os fatores que devem impulsionar o setor este ano, estão o maior crescimento do PIB (3,4%), a queda do desemprego e o aumento do rendimento médio. A analista Camilla Araújo, responsável pelo estudo, ressalta ainda que a expectativa de menores taxas de juros também poderá contribuir para o desempenho positivo do setor, tendo em vista a melhora das condições de pagamento.
No ano passado, segundo a Consultoria, o baixo crescimento do PIB , a expansão de apenas 2,3% no rendimento médio real do trabalhador (jan-nov05/jan-nov04) e taxa média de desemprego próxima de 10% no ano pouco estimularam as vendas. Além disso, o setor sofreu com o elevado patamar da taxa de juros e a expansão desordenada do crédito destinado à pessoa física, principalmente do crédito consignado, que compromete parte do salário com o desconto direto na folha de pagamento.
Tendências – O estudo realizado pela Lafis destaca ainda algumas tendências para este ano. A concorrência continuará crescendo e algumas empresas do ranking de supermercados certamente desaparecerão ou passarão para o controle de outros grupos. Segundo a Consultoria, esse movimento deverá acirrar a disputa do setor em nível nacional, resultando na maior abertura de lojas nas regiões Sul e Nordeste.
A Lafis acredita que haverá maior penetração de empresas tradicionais no varejo de vizinhança e a expansão regional poderá resultar na falência de empresas de menor porte. Este fato, por outro lado, deverá estimular ainda mais a formação das chamadas centrais de compras, que reúnem pequenos estabelecimentos.
As marcas próprias também devem manter a tendência de expansão, com o lançamento de novos itens. Entre os produtos que têm ganhado espaço nas gôndolas e no faturamento geral do setor, alguns destaques são as seções de comida pronta e a de mercearia líquida. Segundo a Lafis, ainda há um potencial de crescimento no mix de comidas prontas e nos produtos de embalagem de conteúdo reduzido.