A Criteo reuniu na última semana publicitários, gerentes de marketing e membros da equipe de liderança da empresa, no Criteo Live, para debater o futuro do marketing digital. Entre os assuntos, esteve o cross device – que é do que alcançar os usuários em seus diversos dispositivos de acesso a internet. A previsão é de que 63 milhões de smartphones sejam vendidos em 2015, representando um incremento de 15% em relação a 2014. A razão é o aumento do tamanho das telas, que facilitam a experiência de navegação do usuário, o que também afeta a venda dos tablets, que devem ter 9,1 milhões de unidades vendidas este ano, sendo 4% a menos em relação a 2014.
Até o fim do ano, o Brasil terá mais de 18 milhões de usuários 4G. Para 2016, a expectativa é que o m-commerce exceda 50% das transações a nível mundial. Pela conveniência, os consumidores já estão aderindo cada vez mais ao comércio online, tanto que na Black Friday de 2014, por exemplo, houve um aumento de 377% no e-commerce norte-americano. No evento, os participantes chegaram à conclusão: smartphones vão dominar as compras online; que os apps irão se tornar os favoritos na hora de fazer pedidos e criará um relacionamento de lealdade com o usuário; que em 2016, um terço das compras vão envolver múltiplos dispositivos até a hora de fechar o pedido; e que o mobile precisa ser o centro dos negócios.
Segundo um relatório elaborado pela Criteo, que analisou as transações online no primeiro trimestres em diversos países do mundo, dois países já apresentam mais de 50% do seu e-commerce feito via mobile: Japão e Coréia do Sul. Para Horácio Soares, product owner mobile do Hotel Urbano, a principal preocupação das empresas deve ficar na experiência do usuário. “Hoje, muito mais do que antigamente, as pessoas querem viver experiências. Elas são uma nova oferta econômica”. O cliente deve entrar em flow, ou seja, estar totalmente imersa no que está fazendo, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da atividade. “As pessoas estão sem paciência, querem performance. Cerca de 60% dos usuários esperam que um site mobile carregue em três segundos ou menos”, explica.
Além disso, tudo tem que funcionar de maneira intuitiva, sem que o usuário precise pensar em como utilizar. Aproximadamente 47% dos usuários acertam um anúncio sem querer, o que não é positivo, porque pode acabar afastando-o da empresa. De 80 a 90% da população é destra, um quarto tem algum tipo de deficiência e 10% estão acima dos 60 anos. Isso sem contar que um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional. Tudo isso deve ser levado em consideração na hora de se pensar no marketing. “A limitação no tamanho da tela é importante, porque permite aos varejistas online pensarem o que é mais importante e manterem o foco”, conta Horácio.
No Brasil, as compras via smartphones e tablets representaram 11% e a previsão é que até o fim deste ano, 22% das compras online sejam feitas por estes dispositivos. “É uma tendência que já se torna realidade em alguns países do oriente. Esses números devem alertar as empresas quanto à importância de se investir em melhorias para seus sistemas em smartphones e tablets, além de ter um relacionamento mais próximo com o consumidor e adotar o marketing digital cross device, afinal os dispositivos móveis são quase uma extensão dos indivíduos”, afirma Alessander Firmino, diretor geral da Criteo no Brasil.
A classe C brasileira digital é maior que a população de países como o Canadá, o México e a Itália. “As pessoas passam 80% do tempo nos aplicativos e apenas 20% do tempo na web mobile quando estão usando os smartphones”, afirma David Philipson, diretor de soluções mobile da Criteo. O Brasil ainda é um mercado emergente quando se fala em comércio mobile. No primeiro trimestre de 2014, houve 1% de vendas mobile. Já no primeiro trimestre de 2015 chegamos a 11%. Baseado nestes dados, é essencial que o marketing perceba é um nicho muito acessível de mercado e o potencial de crescimento na conversão de vendas é gigantesco. “É inegável que a tecnologia hoje é companheira do ser humano. Mostrar que ela pode ser uma aliada e facilitadora na vida dos usuários na hora de realizar suas compras é o caminho para ter sucesso em qualquer e-commerce”, finaliza Philipson.