Autor: Nilson Martinho
O que as empresas querem? Workflow, SOA (Service Oriented Architecture), EAI (Enterprise Application Interface), BPM (Business Process Modeling), BPMS (Business Process Management Systems) ou BPEL (Business Process Executions Language)? As siglas e soluções são várias, porém, as grandes corporações, no fim do dia, não querem nada disso! Querem o suporte de TI que possibilite mais agilidade nos modelos de negócios, independentemente do conjunto de letras.
Todos concordam que a velocidade com que uma empresa descarta ou adota um novo modelo de negócios é o alicerce para o sucesso no mercado. Para buscar uma infra-estrutura que permita agilidade, os gestores procuram, em conjunto com outras áreas, implantar o desenho, a modelagem e a automação de processos que suportem esse modelo.
Agilidade é a palavra mágica. Se analisarmos o mundo de negócios, observamos que existe uma tendência, cada vez mais consolidada, de que as empresas irão migrar para um modelo de serviços. E percebemos que alguns dos pontos cruciais do mercado de serviços são oportunidade e conveniência.
Estar pronto para o momento em que o cliente necessite de um determinado serviço e ter os processos de entrega flexíveis para atender aqueles mais exigentes é a concepção que devemos ter sobre oportunidade. Já conveniência precisa ser compreendida como disponibilidade a qualquer hora e lugar. Aqui, entendemos que os dispositivos são vitais para permitirem a entrega do serviço nas localidades mais inusitadas. Exemplos disto são máquinas de venda de livros como auto-serviço em estações de metrô, possibilidade de checar o portfólio de ações e efetuar operações via células e check-in de companhias aéreas pela web ou pelo celular, entre outros.
Ao mirar essa tendência, de que o mercado de prestação de serviços cresce significantemente mês após mês, a arquitetura tecnológica passa a assumir um papel fundamental às áreas de negócios das organizações. É ela que permitirá às empresas incrementarem ou mudarem a forma de entregar seus serviços aos clientes. Neste sentido, por mais efetiva que possa ser, um de seus pontos vitais é o intercâmbio de informações com seus sistemas legados. Lá, reina o EAI, antes da Web. Além da febre dos programas de “mensageria”, a Internet trouxe ao palco a SOA.
E quem adota SOA? Eis a questão. Esta arquitetura não deve ser implementada apenas porque está na moda. Deve ser escolhida quando o universo de aplicações legado, interno ou externo nos parceiros de negócio, for de baixo acoplamento e os requisitos do negócio requererem uma arquitetura que seja ágil na implantação de novos modelos e flexível para adaptar-se às peculiaridades do mundo real.
Como SOA impacta na empresa como um todo, fica fácil perceber que a sopa de letras citadas acaba convergindo para um mesmo ponto de encontro. Chego a arriscar que os próximos ingredientes desta sopa serão GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) e ECM (Enterprise Content Manager).
Pode-se observar o movimento do mercado de fabricantes e desenvolvedores de tecnologia, em suas fusões e aquisições, em que empresas de infra-estrutura anunciam tecnologias correlatas ou adquirem empresas nos mercados convergentes. A Microsoft, com o WWF (Windows Workflow Foundation), e o SharePoint afirma ser uma excelente opção para processos de negócio e gestão de documentos.
A Oracle, que já possuía tecnologia própria para o mundo SOA, recentemente adquiriu a empresa de gestão de conteúdo Stellent. A IBM, também tradicional no mundo de infra-estrutura e que já possuía uma aplicação para ECM, foi às compras e adquiriu a FileNet, prestigiada empresa do mundo de automação de processos de negócio. A BEA, atuante na área de BI, comprou a Fuego, que está sob proposta da Oracle para ser adquirida. Enfim, são vários os sinais que podemos observar no mercado.
Nesta sopa que se confunde com salada, o Gartner tenta colocar ordem na cozinha e sugere o termo BPP (Business Process Platform) para designar a convergência de todos os componentes essenciais para uma boa arquitetura que envolva o mundo dos processos de negócio.
O caminho deve ser esse mesmo. Porém, muita movimentação ainda será vista nos próximos meses neste universo. Enquanto isso, fique a postos e aproveite para “saborear” o mix de soluções disponíveis, buscando aquelas que sejam mais adequadas para agregar valor e impulsionar os negócios e novas oportunidades de sua companhia.
Nilson Martinho é gerente de parcerias da B2Br.