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Tecnologia nos negócios


O IT Conference, evento que foi realizado em São Paulo essa semana, reuniu profissionais de tecnologia para debater o mercado de TI. Foram 03 dias de conteúdo, composto por keynote speakers, painel dividido entre os principais setores da economia, estudos de casos sobre melhores práticas no uso de TI, opinião de especialistas sobre o futuro da tecnologia, palestras de patrocinadores e exposição com as últimas novidades em produtos e serviços.

Entre os temas abordados no evento estão: os impactos da tecnologia nos negócios; gerenciamento de projetos; identificação por radiofreqüência; e-marketplaces; mobilidade corporativa. Através de um modelo diferenciado, no qual integra Conteúdo, Relacionamento e Negócios, o IT Conference promoveu aos seus participantes, conteúdo direcionado aos profissionais corporativos de TI, utilizando-se da informação como principal vantagem competitiva.

A TI e a sociedade – Os impactos da tecnologia nos negócios, no comportamento e nas relações das pessoas foi a tônica da palestra do professor João Antonio Zuffo, coordenador-geral do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da USP, no IT Conference. Zuffo iniciou sua apresentação com um apanhado geral sobre a evolução da tecnologia, desde a invenção dos primeiros circuitos até os chips multinúcleos. Ele acredita que essa evolução vá levar a humanidade a um mundo onde o computador esteja inserido nos objetos. “Quando o motor elétrico foi criado, ele era ligado separadamente aos aparelhos para poder ser utilizado. Depois ele foi acoplado aos equipamentos e hoje temos motores até na escova de dentes”, exemplifica.

Com esses objetos inteligentes, utensílios domésticos ligados em rede, a moeda sendo utilizada eletronicamente, Zuffo acredita que as pessoas tendem a adotar um comportamento mais individualista e mais hedonista. “Ao mesmo tempo, a educação será de extrema importância. O conhecimento é que vai determinar o PIB de um pais daqui a um tempo”, prevê.

Para ele, a economia será baseada nas pequenas e médias empresas, no trabalho autônomo. E a medicina terá novos aliados, como nanosensores que poderão diagnosticar um problema de saúde antes dele acontecer, permitindo uma prevenção mais precisa. Dentro dessa nova realidade, poderá haver uma desurbanização, pois as pessoas terão toda a comodidade e as facilidades de qualquer lugar em que ela estiver. “E poderemos ainda mudar a forma de exercer a democracia com uma participação direta dos cidadãos via web. Será como a volta à Grécia”, completa. Mas ele desmistifica idéias de robôs com forma de gente, como em filmes de ficção científica como “Inteligência Artificial” e “Eu, Robô”. E complementa que não haverá luta entre máquinas e seres humanos, como acontece nessas e em outras obras.

Maturidade do gerenciamento de projetos – Projetos todos têm, mas poucos sabem como realizá-lo de forma fluída e bem-sucedida nas corporações. Para falar sobre o assunto, participaram do track de “Melhores Práticas” do IT Conference, evento organizado pela IT Mídia, o especialista Carlos Airton Rodrigues, sócio-diretor da Governance Solutions, e os CIOs Wilson Loesch e Nelson Cardoso, respectivamente da Cargill e da Petrobrás Distribuidora.

Rodrigues dedicou atenção especial à gestão de escopo, apontada pelos CIOs convidados para o IT Fórum (evento que aconteceu em abril na Bahia) como o fator mais crítico dentro do gerenciamento de projetos em suas organizações – alinhando, assim, a necessidade de todos os profissionais de TI zelarem por esse aspecto. “A maioria já trabalha com gestão de projetos, o desafio é que esse gerenciamento alcance a maturidade com o objetivo de aumentar a taxa de sucesso dos projetos. Para isso, a gestão de escopo, apesar de trabalhosa, é fundamental”, constata. Segundo ele, falhas nesse tipo gerenciamento podem atrapalhar aspectos como prazo, qualidade, risco e integração com outros projetos.

Loesch, da Cargill, contou sua experiência com o comitê de patrocinadores no controle de escopo do projeto. “Formado por profissionais ligados diretamente ao negócio, o comitê conta com pessoas com poder de decisão e bem-preparadas para lidar com possíveis resistências”, conta. Nesse contexto, diz ele, os projetos são tratados como investimentos de determinadas áreas, precisando, assim, gerar retornos que justifiquem tais investimentos. Cardoso, da Petrobrás Distribuidora, mostrou como a estatal lida com a gestão de projetos em suas diversas etapas, enfatizando a importância de se desenvolver ações estruturadas e planejadas com a finalidade de alcançar a liderança de mercado.

Identificação por radiofreqüência – Os primeiros projetos brasileiros utililizando a tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência) também foram tema do track “Melhores Práticas”. Para abrir a sessão, Claudio Czapski, superintendente da associação ECR Brasil, falou sobre o conceito do RFID. Ele explicou como ela funciona, mencionou as aplicações nas quais está sendo usada e sobre a viabilidade econômica de projetos. “Se considerarmos que um tag custa um real, não vale a pena colocar um em cada caixa de sabão vendida a cinco reais. Mas para produtos caros e bens duráveis, faz diferença contar com uma tecnologia que possibilite rastrear todas as informações relacionadas àquele item”, afirmou.

Em seguida, Rafael Possik apresentou o case da Fazenda Ramalhete, administrada por ele. Desde o ano passado, a fazenda aplica tags de RFID em cada cabeça de gado para potencializar o uso da terra, adotar novas práticas de manejo e melhorar a ração utilizada. Cesar Prato, gerente de tecnologia operacional da América Latina Logística, mostrou o projeto de aplicação de RFID nos 13 mil vagões da companhia. O investimento de dois milhões de reais se justificou por ganhos como maior confiabilidade nas informações e aumento do faturamento. Fechando o painel, Ney Santos, diretor de informática do Pão de Açúcar, demonstrou o piloto de RFID que está sendo aplicado pelo grupo, que permite o rastreamento de mercadorias e do processo logístico via web.

Integração e simplicidade – Os e-marketplaces têm de ser simples e promover a integração. Esta foi a opinião dos palestrantes Edson Carli, da GDT Brasil, Maurício Arguello, da SEW, e Marcelo de Matheus, da Votorantim, no track “Ambientes de Transação Web”. Segundo eles, a ferramenta deve ser simples para o bom funcionamento do portal. A integração é outro ponto fundamental.

O maior beneficio dos e-marketplaces, de acordo com os palestrantes, está na redução do custo operacional. “Não adianta buscar um número ROI, porque medi-lo é extremamente difícil”, afirma Arguello. “Os principais ganhos se encontram no processo operacional, melhoramento no processo interno e na interação com cliente”, complementa Marcelo de Matheus.

Quando questionados sobre se os portais corporativos representam uma ameaça aos e-marketplaces, os palestrantes concordaram que no futuro haverá uma integração deles. A grande barreira, destacaram, é o medo das corporações de compartilhar dados de clientes e fornecedores. “Mas só vale a pena quando é disponibilizada a informação de quem visita e procura o portal”, destaca Carli.

Mobilidade em benefício dos negócios – “Transformar tecnologia em negócios.” A frase, de Wagner Fuzo, gerente de TI da Porto Seguro, provavelmente é – ou deveria ser – o objetivo de todo profissional de tecnologia da informação. O painel Melhores Práticas em Mobilidade Corporativa mostrou como a Porto Seguro e a GM transformaram esse objetivo em realidade utilizando soluções de comunicação sem fio. A mesa foi completada por Marrey Peres, da PG&A Consultoria, que procurou explicar como as telecomunicações podem atender as necessidades do dia-a-dia das empresas.

Fuzo, da Porto Seguro, apresentou três aplicações diferentes de tecnologias sem fio em suas operações. A mais antiga utilização de mobilidade na companhia é para localização dos guinchos no atendimento a sinistros. “Aproveitamos o hardware desenvolvido para essa aplicação e o adaptamos para suportar um novo produto da companhia, o seguro de cargas”, explica o executivo ao contar o segundo exemplo de uso das tecnologias wireless na seguradora. Outro uso é durante a vistoria de veículos, onde o kit “notebook+máquina fotográfica+internet” foi substituído por um PDA com câmera digital. Nos três casos, o gerente garante que a tecnologia impactou os negócios. “Graças à rapidez com que os guinchos chegam aos locais de sinistro, muitos clientes optam pela Porto Seguro mesmo sendo mais caro que alguns concorrentes”, exemplifica.

Diferentemente da Porto, a GM está aproveitando os benefícios da mobilidade dentro da linha de produção. Com o objetivo de promover a rastreabilidade das peças instaladas nos veiculos – e, assim, reduzir o risco de recalls -, a montadora decidiu utilizar um sistema que relaciona os códigos de barras de cada peça ao número de identificação de cada carro. O processo é feito na linha de produção, por meio de PDAs que se comunicam de forma wireless com o sistema.

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