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Tendências do cliente nos supermercados

Mesmo em um ano de dificuldades para a economia, o setor de autosserviços faturou R$ 294,9 bilhões em 2014 em um universo de quase 84 mil lojas, o que representa um crescimento real de 1,8% em relação ao ano anterior e 5,3% do PIB brasileiro. O Estado de São Paulo teve um desempenho dentro da média nacional, o segmento faturou R$ 86,8 bilhões em 2014 com um crescimento nominal de 8,6%. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, prevê que, para 2015, é esperado “um crescimento real de 2% já que a perspectiva para o segundo semestre será melhor”. Esses dados foram apresentados pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), durante a abertura da Feira Apas 2015. A pesquisa foi realizada pela Associação, em parceria com a Nielsen e Kantar Worldpanel.
A inflação continua a pautar o comportamento do consumidor, enquanto que as altas no custo da energia, o clima de seca e o dólar impactaram diretamente no custo de alguns produtos. “Dentro dos últimos 12 meses, tivemos um aumento de 7% no Índice de Preços do Supermercado (IPS)”, diz Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Apas. E para proteger seu poder de compra, o consumidor adota novos hábitos de consumo, tais como abrir mão de alguns gastos, como comer fora de casa. Os números mostram que o custo de fazer uma refeição fora do lar subiu, neste sentido, pelo menos 13% dos consumidores afirmam diminuir gastos com isso. Mais de um milhão de lares deixaram de fazer refeições fora de casa. Outras atitudes também refletem o impacto da racionalização, uma vez que 64% dos brasileiros afirmam que diminuem o lazer fora de casa para economizar.
Segundo o diretor da Nielsen, Olegário Araújo, o desafio das famílias é preservar o bem-estar conquistado ao longo dos anos e, para evitar gastos, voltam a usar estratégias de períodos de preços altos, como compras do mês, quando levam mais itens, compatibilizando os gastos obrigatórios. “As famílias estão diversificando os canais e comprando em mais locais, porém, tem diminuído suas idas ao ponto de venda (PDV). A queda da frequência foi de 9,5% e o reflexo direto disso é o aumento do ticket médio, que ficou 20,8% maior”, afirma ele. Com a queda de 4,7%, os lares reduziram, em média, nove visitas ao PDV nos últimos cinco anos, contabilizando mais de 350 milhões de visitas a menos. O consumidor está buscando cada vez mais alternativas para um preço mais atraente, com destaque para o nível socioeconômico alto, ou seja, as classes A e B têm sentido mais essas mudanças.
CONSCIÊNCIA NA COMPRA
Segundo a pesquisa, o bolso do brasileiro está apertado, 49% das famílias têm gasto acima da renda e, entre esses lares endividados, os básicos ganham maior proporção.
Mesmo com alguns preços mais altos, o carrinho do brasileiro não diminuiu. A prioridade, principalmente entre as classes médias e baixas, ainda é a mesa farta. O dado mais significativo disso é que 70% das ocasiões de compra são de abastecimento ou reposição. “A prioridade do brasileiro, principalmente entre as classes médias e baixas, é ainda casa e comida. Para isso, há uma racionalização cada vez maior do consumo, abrindo mão de gastos com educação, animais cerimônias e festas, alimentação fora do lar e serviços pessoais”, afirma Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel.
Nesse contexto, alimentos saudáveis se destacam e crescem acima da média. Dos brasileiros, 32% afirmam que saúde e qualidade de vida são as maiores preocupações, com destaque para mercearia salgada, que tem um crescimento de 13% em relação ao ano anterior. Outra constatação foi que alimentos perecíveis e líquidos ganham importância na cesta do brasileiro frente a outros departamentos. A análise notou ainda um crescimento de 41% da importância de produtos de açougue e hortifrúti. “Por outro lado, categorias como refrigerantes e açúcar vêm perdendo espaço para produtos mais saudáveis”, conta a executiva. 
Além disso, o crescimento do setor supermercadista se apresentou puxado pelo interior. De acordo com Olegário Araújo, o horizonte de bons negócios está fora das grandes capitais, pois o segmento cresce duas vezes mais no interior do que nas grandes cidades. Para se ter uma ideia, 70% da demanda é atendida por supermercados. “O interior cresce mais porque estamos vivendo uma desconcentração da economia.”

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