Uma área ou departamento que reúne todos os dados, analisando-os e utilizando-os para gerar resultados para toda a empresa. Essa é a proposta do chamado Centro de Competência de Inteligência em Negócios (em inglês BICC – Business Intelligence Competency Center), uma nova estrutura organizacional que tem como objetivo promover o uso efetivo da informação, alimentando a estratégia de negócio. A novidade foi discutida, ontem (13/07), em evento promovido pelo SAS, que reuniu gerentes e diretores ligados à área de TI de empresas de diversos setores da economia.
Na prática, estudos mostram que com o BICC a empresa consegue aumentar a precisão das decisões em até 86%; melhorar a colaboração entre as áreas de negócio e de tecnologia em até 85%; aumentar a velocidade de tomada de decisão em 86%, diminuir custos com pessoal e software em 50%, entre outras vantagens. Segundo Erica Custodio Rolim, diretora de marketing e serviços aos clientes do SAS, a inovação surgiu como forma de suprir as deficiências no uso da informação pelas empresas. “Atualmente, a maior parte das companhias não sabem como transformar os dados coletados em conhecimento”, explica. Isso, porque nem todas as organizações mantêm as informações organizadas de forma consistente e confiável.
O novo centro tem como objetivo mudar essa realidade. “Ele traz uma abordagem estratégica do uso da informação na medida em que contempla definição, implementação, gestão, acompanhamento e suporte dos dados gerados pelos diversos recursos tecnológicos da empresa”, conta a executiva. O grande diferencial, no entanto, não é padronizar a infra-estrutura de TI, mas sim reunir profissionais com papéis, responsabilidades e processos próprios. “Como o nome já diz, é um Centro de Competências e que ficará responsável pela promoção do uso efetivo da informação para o planejamento de estratégias e acompanhamento do negócio”, enfatiza. “Trata-se de um único grupo focado numa única estratégia de negócio”.
Funcionamento – Para isso, o BICC terá uma equipe que será formada por pelo menos um representante de cada departamento-chave da empresa. “Cada vez mais os profissionais terão que conhecer o negócio onde atuam e não ficarem estanques à sua formação de origem”, analisa Erica. As responsabilidades desse time serão definir a prioridade do negócio e delimitar quais iniciativas são necessárias numa velocidade maior do que hoje e de forma mais certeira.
Um profissional verifica de onde vem a informação e com que freqüência. Um outro fica responsável por comunicar ao resto da organização os resultados obtidos, além de aplicar a lógica do negócio e executar testes e manutenção junto aos usuários do novo departamento. É necessário, ainda, um gestor responsável pela integração da informação e do armazenamento na forma bruta. Uma quinta figura faz uma garimpagem mais profunda dos dados, criando modelos estatísticos para otimizar resultados e realizar cenários. A nova modalidade exige também que haja alguém responsável pelo suporte e elaboração de treinamentos customizados para diferentes tipos de necessidades. Além disso, a cadeia de funções termina com um responsável pela verificação dos contratos da empresa e da gestão das licenças, atualizações e gerenciamento dos fornecedores.
“Esse centro permitirá explorar com maior eficácia todos os ativos de informação já que cria uma estrutura que reaja com mais rapidez às mudanças do mercado”, fala o executivo. É importante lembrar que muitas das funções desse novo Centro são tipicamente suportadas pela área de TI e a idéia é que o departamento trabalhe perto da TI, mas que não duplique o esforço existente. “O fluxo de informações tem de estar alinhado ao de decisão, caso contrário criam-se rotinas com incompatibilidade”, reforça Erica.