A divisão de novos Estados no Brasil pode gerar a federação um prejuízo calculado em R$ 1 bilhão. A avaliação é do Pensamento Nacional das Bases Empresariais, o PNBE. A grande preocupação da instituição que reúne empresários é justamente a evolução do processo de divisão de novos estados, além do Pará, já em fase de abertura através de um plebiscito para sua aprovação. De acordo com um levantamento do jornal Folha de São Paulo, calcula-se que existe movimento em vários Estados brasileiros para se criar mais 22 Estados a exemplo da divisão do Amazonas em três, a criação do Maranhão do Sul e o Mato Grosso do Norte.
Para evitar o risco da multiplicação de Estados aumentar inclusive o “custo Brasil”, o PNBE iniciou um movimento nacional que teve um importante round na sede da Confederação Nacional de Serviços, a CNS, com a presença do jurista Dalmo Dallari, do senador Eduardo Suplicy e de representantes de outras entidades prestadoras de serviço e de classe. “A maioria dos municípios brasileiros é deficitário, repassando as contas para a união, o que encarece o processo produtivo e afeta a área de consumo”, justifica Dallari. Segundo representante da Ordem dos Economistas do Brasil, perto de 90% dos municípios brasileiros são deficitários.”Os únicos ganhadores são os líderes regionais”, avalia Dallari. Cada Estado vai ganhar 3 senadores e oito deputados federais – mesmo número dos demais já constituídos – além de toda infraestrutura organizacional para entrar em operação.
A primeira preocupação do PNBE, de acordo com seu coordenador José Roberto Romeu Roque, é com o repasse do custo operacional que vai para a sociedade pagar. Em carta divulga a imprensa, o PNBE considera que a criação de novo “ente federativo afeta todo o cidadão brasileiro”. “Inegavelmente novos Estados alteram a composição de legisladores no Congresso Nacional, aumentando as distorções já existentes referentes a desproporcionalidade em relação a população. Além disso, novos Estados implicam necessariamente em custos de implantação, custos estes certos e relevantes, com eventuais benefícios incertos”, diz o documento do PNBE.