O Comitê Gestor da Internet no Brasil completa uma década e comemora os dez anos do uso comercial da rede mundial de computadores no Brasil com novidade. Com a maturidade alcançada neste período, a entidade, agora mais representativa, se organiza para responder por um modelo correto de governança da Internet no país. A nova fase, marcada pela profissionalização e verticalização de todos os serviços, se inicia com o lançamento do NIC.br, uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo realizar as atividades de registro e manutenção de nomes de domínio sob o “.br”.
“O NIC.br será responsável pela distribuição de endereços Internet Protocol (IP), além de atender aos requisitos de segurança e emergência na Internet brasileira, em cooperação com as entidades e os órgãos responsáveis”, afirma António Tavares, conselheiro do Comitê Gestor de Internet. Segundo o executivo, a execução das atividades relativas ao registro de nomes de domínios e atribuição de endereços IPs, até então, sempre foram realizadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). “A Fundação, técnica e economicamente preparada, ajudou o Comitê Gestor da Internet no Brasil a viabilizar o registro brasileiro e passou a operá-lo como um projeto de pesquisa dentro da própria Fapesp”, conclui.
O NIC.br responderá também pela divulgação de indicadores e estatísticas sobre o desenvolvimento da Internet brasileira, pela criação e recomendação de procedimentos técnicos e éticos para o bom desenvolvimento da rede, pela divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos, e pela realização de eventos que promovam o desenvolvimento da Internet no país.
Brasil cresce no setor – Fundado em 31 de maio de 1995, o Comitê Gestor da Internet nasceu com o intuito de efetivar a participação da sociedade nas decisões que envolvem a implantação, administração e uso da rede no país. O Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia apoiaram a entidade, bem como as operadoras de backbones, os representantes de provedores de acesso, os representantes de usuários e a comunidade acadêmica.
Para se ter um idéia do crescimento do uso da Internet no Brasil, de lá para cá, o número de máquinas que operam sob o “.br” saltou de 117 mil em janeiro de 1998, para mais de 3 milhões em 2004, o que colocou o país no nono lugar do ranking mundial por número de Hosts. “Se comparado com os países das três Américas, o Brasil pula para o segundo lugar, atrás somente dos Estados Unidos”, explica o conselheiro do Comitê Gestor da Internet, Demi Getschko.
Desde sua criação, a entidade coordenou e integrou todas as iniciativas de serviços de Internet no Brasil, promoveu a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Além disso, a entidade é responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no país e também pela organização das relações entre o governo e a sociedade, na execução do registro de Nomes de Domínio, na alocação de endereços IP e na administração pertinente ao ccTLD (country code Top Level Domain ), “.br”.
“Nestes dez anos o Comitê Gestor da Internet foi responsável por uma série de avanços no que diz respeito ao uso consciente da rede no Brasil”, diz o Professor Hartmut Richard Glaser, coordenador executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil. “Acreditamos que, daqui para frente, a Internet caminhe para uma fase global e se torne a infra-estrutura de interação e informação de todo o mundo”, acrescenta o executivo.