Nem todo mundo é fã das redes sociais. Alguns se sentem incomodados com o excesso de exposição. No entanto, não se pode negar que, principalmente entre os brasileiros, eles são uma minoria em meio a milhares que possuem páginas em um ou mais – senão todas, as plataformas disponíveis. Inclusive, em muitos casos, ela viram um vício, ainda mais com as versões mobile. Não à toa, segundo Ariadne Terrado Mecate, consultora de marketing do Sebrae-SP, o Brasil é o segundo país que mais acessa as redes sociais no mundo, sem contar o fato de que mais da metade da população brasileira acessa a Internet. Esse cenário não é nenhuma surpresa às empresas. Conforme a quantidade de adeptos foi crescendo, aumentou junto o número de marcas presentes. Uma forma positiva de conseguir acompanhar seus públicos, as empresas encontraram uma ferramenta poderosa para o relacionamento. Com o passar do tempo, elas também perceberam que as páginas poderiam ser vitrines de produtos e (por que, não?) de vendas.
Conhecido como social commerce, essa estratégia prometia ser o futuro das relações de mercado e um aliado ao e-commerce. “A compra na web tem três processos: a descoberta, a análise e o pagamento. A rede social funciona muito bem para a 1ª etapa, e o social commerce está no ato de levar o cliente para a 2ª e 3ª com muita facilidade”, explica Gabriel Monteiro, CEO da Shopgram. Entretanto, parece ao menos que no Brasil esse é um serviço que ainda não se desenvolveu o bastante e engatinha há um tempo para o seu crescimento.
Mas, se as plataformas possuem tantas vantagens às empresas no que tange a aproximação de público e o aumento da base de clientes, por que, então, não unir à criação de mais um canal de vendas e aumentar a conversão dos pedidos? Em mercados internacionais, como o norte-americano e o europeu, os consumidores estão mais habituados à ideia de poderem comprar via Facebook ou Instagram, por exemplo, e já os olham também como uma opção para compra. “No Brasil, a cultura em relação às redes sociais é muito mais na questão do relacionamento, da interação e não da venda em si”, conta Alexandra Mendonça, gerente do MercadoLivre Publicidades.
Ou seja, primeiramente, é preciso mudar a visão dos consumidores. Enquanto as empresas devem perceber o grande potencial das redes sociais para alavancar compras e aumentar o sucesso da marca. Afinal, é um espaço próspero que permite unir um ambiente de relacionamento e interação com o e-commerce, sem precisar fazer com o que o consumidor vá a outro site ou local para finalizar a compra. Aliás, tais características positivas já vêm sendo percebidas, principalmente, por pequenas e médias empresas, que são as que aderem atualmente ao social commerce no País. Cynthia Akao, sócia e cofundadora da Facíleme Social Commerce, explica que isso ocorre, porque o custo é baixo e há uma maior facilidade na utilização das ferramentas.
Justamente, por conta do comportamento do consumidor brasileiro, em ser um grande adepto das plataformas, viver bastante tempo conectado e estar cada vez mais acostumado com as vendas on-line, fazendo do próprio e-commerce um mercado promissor, Alexandra acredita que o potencial do social commerce é muito grande, apesar do atual cenário. Mas há ainda um longo caminho a percorrer. “De forma geral, as redes sociais podem ser vitrines importantes para que as marcas explorem seus produtos e posicionamentos. E, sim, elas podem se tornar um canal de vendas”, completa.
As próprias PMEs que oferecem esse serviço podem impulsionar o mercado para a maior adesão, já que os consumidores poderão perceber os benefícios e facilidades que a estratégia traz e, com o tempo, exigirão das grandes empresas o mesmo comportamento. O próprio Shopgram pode ser um exemplo. Monteiro conta que a loja permite que as marcas fiquem atreladas aos seus perfis no Instagram, facilitando o caminho do cliente ao Checkout. “Também criamos um carrinho de compras virtual a partir dos ´likes´ dos usuários e permitimos que as ofertas sejam enviadas via Whatsapp”, adiciona.
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