O setor varejista apresentou alta de 5,1% em maio, em comparação com as vendas do mesmo período do ano passado, fundamentada, basicamente, pela expansão da rede de lojas, uma vez que o crescimento no conceito de mesma loja foi negativo de 2,81%. A projeção do IAV-IDV, Índice Antecedente de Vendas, estudo realizado mensalmente com os associados do IDV, Instituto para Desenvolvimento do Varejo, é que entre junho e agosto, ainda haja um crescimento tímido de 0,05% a 2,51%. Quanto ao volume de vendas, a expectativa é que chegue a 8,2% em junho, a 9,8% em julho e a 10,8% em agosto. “O crescimento das vendas do varejo no último mês sustentou-se, essencialmente, na expansão das redes de lojas e pela introdução de novos produtos. Portanto, reflete a perda de ritmo de crescimento da atividade econômica, já que desde o final do ano passado, o cenário econômico tem se mostrado inconstante”, analisa o presidente do IDV, Fernando de Castro.
Os resultados preliminares da economia brasileira em 2012 indicam que os agentes econômicos estão mais precavidos e aguardam maiores definições, principalmente no cenário externo. “O governo federal, sensível a esta necessidade de uma taxa de crescimento maior da economia, reduziu o IPI para automóveis com motores entre 1.0 e 2.0 até 31 de agosto, que ficaram até 10% mais baratos, assim como havia feito anteriormente com os eletrodomésticos de linha branca. Além disso, os bancos se comprometeram a reduzir a entrada e os juros e a estender os prazos nos financiamentos, em contrapartida da liberação de R$ 18 bilhões em depósitos compulsórios, o que deverá liberar recursos para o financiamento aos consumidores”, avalia Castro, citando também a redução da taxa de juros Selic em 0,5 ponto porcentual, fixando-a em 8,5% ao ano.
A aceleração das vendas totais do varejo a partir de junho é observada em todos os segmentos, em especial nos de bens não duráveis e duráveis. A primeira categoria deve apresentar forte aceleração, com alta de 7,6% em junho, e chegar a taxas na casa dos 15% para julho e agosto. O varejo de bens duráveis (móveis, eletrodomésticos e material de construção) aponta alta de 9,7% para junho, enquanto para os meses subsequentes as taxas de crescimento devem ficar em 9,2% e 10,7% em julho e agosto. Já o setor de bens semiduráveis (vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos) estima um desempenho mais comedido para os próximos meses. Em junho, a expansão das vendas deverá ser de 7,8%, em julho de 8,2% e em agosto de 8,9%, segundo o IAV-IDV.