O varejo nacional deve fechar o ano de 2016 com recuo de 5,1% no volume de vendas, na comparação com 2015. É o que aponta a projeção da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) referente ao varejo restrito. Ou seja, sem considerar os setores de automóveis e de material de construção.
Essa queda esperada é mais acentuada do que a registrada em 2015 (-4,3%) no contraste com 2014, o que “reflete a confiança do consumidor, que, apesar de ter parado de cair, continua em patamar muito baixo”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Ele frisa que o forte pessimismo resulta da conjuntura macroeconômica, com juros e inflação nas alturas, e salário e emprego em baixa.
Por outro lado, a retração de 5,1% é menor em relação ao período acumulado de janeiro a julho (-6,7%). Ou seja, nos próximos meses, as quedas devem arrefecer. Isso por causa da base fraca de comparação: o segundo semestre de 2015 foi muito fraco, ajudando com alguma reação em 2016. Outros fatores que podem contribuir são a redução dos estoques e a possibilidade de aumento da confiança do consumidor, frente às mudanças políticas e econômicas. “Esperamos a concretização das mudanças necessárias para o ajuste, a viabilização de investimentos e o destravamento da economia, o que vai melhorar a confiança e, consequentemente, o varejo”, afirma Burti.
A projeção é elaborada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP e utiliza como bases o Índice Nacional de Confiança (INC/ACSP) e dados do IBGE.