Autor: Carlos Alves
Hoje, a vida do consumidor está praticamente na palma de suas mãos. Ele se informa, se diverte e até se socializa por meio da tela do smartphone. É inegável a transformação que este dispositivo proporcionou nos últimos dez anos: o que era cena de ficção científica tornou-se algo corriqueiro. Agora, o próximo passo é popularizar o ato de comprar produtos pelo celular.
Aliás, é uma fronteira que já está sendo quebrada. Pesquisa da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) indica que 33% das vendas online no Brasil, em 2018, deverão ser realizadas por um aparelho móvel – praticamente um terço do total. Um número impactado, sobretudo, pela utilização cada vez mais constante dos aplicativos disponíveis.
O app nada mais é do que a extensão de sua loja virtual no smartphone do cliente. Diferentemente do computador, em que a navegação já é consagrada pelos browsers, nos celulares a tela pequena e a dificuldade de fazer um layout responsivo colocam o recurso como essencial para o comércio eletrônico. Um bom aplicativo, remodelado de acordo com a experiência do usuário, traz mais consumidores para seu e-commerce e possui mais estratégias para a conversão de um visitante em pedido faturado.
Não à toa que essas ferramentas estão em alta. Relatório do App Anie mostra que o brasileiro usa 12 aplicativos por dia, em média. Até 2022, serão mais de oito bilhões de downloads no país, o que o colocará como quarta força global, atrás apenas de Estados Unidos, Índia e China. Neste universo, os apps de compras têm destaque. Relatório da Flurry Analytics mostra que este segmento cresceu 111% em 2016, no Brasil, muito acima da média de 9% em todas as categorias.
O que justifica esse crescimento? Entre outros fatores, a comunicação mais rápida, eficiente e interativa entre o consumidor online e a loja virtual. Os aplicativos para dispositivos móveis permitem um contato diferente graças às notificações. Mesmo quando o usuário não está com a página aberta, ele pode ser impactado com campanhas, descontos ou lançamentos de produtos. Resumindo: seu engajamento será muito maior do que a simples visita à tela inicial.
Em uma época em que o conceito de omnichannel é amplamente debatido entre os players, mesmo com poucos exemplos de sucesso, investir em aplicativo é o primeiro passo para entregar uma experiência única nos mais diferentes canais da empresa. O app pode complementar ou até antecipar a compra no site principal. Para aqueles que têm loja física, é um recurso que pode gerar campanhas de marketing e descontos para atrair novos clientes.
É praticamente um caminho sem volta para os varejistas digitais – ainda mais com as tendências que esses programas devem apresentar. A quantidade de dados que as interações oferecem (cadastro, geolocalização e interesses), a capacidade de conexão com outros dispositivos, o conceito de realidade aumentada (com estímulo sensorial e imersão no ambiente) e a utilização dos chatbots no atendimento são apenas alguns exemplos.
O futuro já chegou e está à disposição das pessoas a um toque na tela do smartphone. Foi-se o tempo em que o lojista precisava se preocupar apenas em criar um site bacana e colocar os produtos à venda na Internet. Agora, se ele não criar uma experiência única e interativa para seus clientes, terá dificuldades de se estabelecer no negócio – e esse engajamento passa pelo aplicativo para celular.
Carlos Alves é Diretor de Marketplace da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico e Head de E-commerce na Riachuelo