As vendas a prazo do comércio brasileiro na semana que antecede o Dia das Crianças (6 a 12 de outubro) devem passar por uma desaceleração e crescer 4% em relação ao ano passado, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, CNDL, e do Serviço de Proteção ao Crédito, SPC Brasil.
Nos anos anteriores, as expansões foram de 4,85% (2012); 5,91% (2011) e de 8,50% (2010). Se as expectativas se confirmarem, será o pior resultado dos últimos três anos.
Uma das razões – senão a principal razão – é a alta do dólar, que no mês passado chegou a valer R$ 2,45, justamente no momento em que os varejistas do segmento infantil se preparavam para reforçar seus estoques de mercadorias.
Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o mix de produtos infantis vem se transformando e, além dos tradicionais brinquedos, produtos eletrônicos, como smartphones, notebooks e tablets foram incorporados às listas de presentes.
Como boa parte desses produtos são cotados em dólar ou têm componentes cotados na moeda estrangeira, os brinquedos neste ano devem pesar mais no bolso do consumidor. Além disso, a inflação, que persiste em ficar acima do centro da meta estipulada pelo governo, reduz ainda mais o poder de compra do brasileiro. “Se nos anos anteriores a criança ganhou dois ou três brinquedos, neste ano a tendência é de que ganhe menos. Se os pais gastavam R$ 100 no presente do filho, talvez a solução deste ano seja optar por um brinquedo um pouco mais barato”, afirma Pellizzaro Junior.