O mercado brasileiro de telefonia celular deve superar a marca de 100 milhões de consumidores em 2006, de acordo com o estudo “Perfil do Consumidor Brasileiro de Telefonia Celular”, integrante da primeira edição dos “Indicadores Vivo do Mercado Brasileiro de Telefonia Móvel”, apresentado ontem (29/11), pelo presidente da Vivo, Roberto Oliveira de Lima, em São Paulo.
O estudo compila dados de mercado da Anatel e estatísticas do IBGE com análises conduzidas pela área de pesquisa da empresa. De acordo com os dados levantados, o mercado evoluiu de sete milhões de aparelhos em 1998 para 101 milhões estimados para o final de 2006. Isso representará o alcance de penetração de 54% ao final deste ano. Há oito anos, este índice era de apenas 4%. A média mundial da receita de telefonia móvel é de 7,9% do PIB, contra 5,4% registrados no Brasil.
O mercado brasileiro, entretanto, ainda apresenta potencial de crescimento em receita e penetração, especialmente nas classes de renda mais baixa. A penetração nas classes C, D e E alcança 45% ante os 80% registrados nas classes A e B somadas. Na média, a penetração brasileira em Outubro deste ano era de 51,6%, índice bastante inferior aos 89% verificados nos países desenvolvidos.
Perfil – O estudo traçou o perfil do brasileiro possuidor de telefone celular em relação à renda, escolaridade e faixa etária. Os consumidores com renda mensal até R$ 480 são maioria, com 64%, seguidos pelos de renda entre R$ 481 e R$ 1.199 (26%) e os de renda acima de R$ 1.200 (10%). Em relação ao grau de escolaridade, 14% possuem nível superior, 49 % nível médio e 37% cursaram até o ensino fundamental. O estudo realizado pela Vivo indica, ainda, uma grande concentração de usuários na faixa etária entre 14 e 30 anos (50%); 38% entre 31 e 50 anos; e 12% acima de 51 anos.
Mesmo com participação menor, a faixa etária acima dos 51 anos é a que mais tem crescido. No período de Julho/2005 a Junho/2006, este segmento apresentou incremento de 53% de participação no mercado, à frente dos 46% registrados pela faixa entre 41 e 50; 20% na faixa de 33 a 40; 35% entre 25 a 32 anos; 34% entre 19 e 24 anos; 17% entre 14 e 18; e 33% na faixa de 7 a 13 anos.
O estudo da Vivo compara a distribuição regional dos usuários de celular com o crescimento acumulado neste ano em cada um dos mercados. Em números absolutos, os maiores mercados concentram-se nas regiões Sul e Sudeste. São Paulo é o maior com 23,5 milhões de linhas, seguido de Minas Gerais, com 10,6 milhões; Rio de Janeiro com 10,2 milhões; Rio Grande do Sul com 7,4 milhões e Paraná com 5,5 milhões. Em termos de crescimento acumulado este ano, entretanto, estados da região Nordeste apresentam os maiores avanços: Piauí (28%), Bahia (27,3%), Ceará (26,2%), Paraíba (25,2%) e Sergipe (24,3%).
Do total das linhas de telefonia celular no mercado brasileiro, 81% são da modalidade pré-paga. De acordo com o estudo da Vivo, cerca de 67% desses usuários são das classes C, D e E. Já os brasileiros que utilizam o sistema pós-pago (19%) são, em sua maioria, das faixas A e B (76%). Apesar da menor participação dos consumidores pós-pagos, a representatividade dos gastos desse público é significativa: alcança 42% do total. Já os pré-pagos representam 58%.