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WiMAX e desenvolvimento econômico no Brasil



Autor: Oscar Clarke

 

A massificação da Internet permitiu o surgimento e o florescimento de empresas de diferentes segmentos e tamanhos, que se beneficiam da rede mundial de computadores para transformar milhões de internautas em potenciais consumidores. Livres das amarras dos intrincados esquemas de estoques e distribuição das grandes cadeias varejistas, o comércio eletrônico não depende mais de grandes sucessos de vendas para sobreviver e pode apostar no mercado de nicho.

 

A banda larga não oferece apenas a possibilidade de um comércio eletrônico variado. Estudos realizados pelo Instituto Connected Nations, do estado de Kentucky nos Estados Unidos, mostraram que um incremento em 7% no acesso à Internet banda larga pode gerar 250 mil novos empregos. É a tecnologia funcionando como um impulsionador da economia e melhoria de vida.

 

O Brasil, no entanto, está longe de aproveitar todos os benefícios proporcionados pela difusão da Internet e, mais recentemente, pela banda larga. Mais de 90% das empresas existentes no território nacional são pequenos e médios empreendimentos cujo alcance, na maioria das vezes, não é superior ao seu raio de atuação local, não havendo qualquer interação com consumidores virtuais. Podemos dizer que alguns dos principais entraves para isso são dimensões continentais do Brasil, as quais, aliadas à falta de investimento consistente em tecnologia, fazem com que a nossa taxa de penetração da banda larga não chegue a 6%. Em algumas regiões do país, como o Nordeste, esse índice não ultrapassa 1%.

 

Como obter a solução para esse problema de uma forma simples, barata e escalonável? Não é possível pensarmos em cabos conectando cidades e vilarejos distantes. E é nesse ponto que entra o WiMAX. Criada desde o princípio para a transmissão de dados, esta tecnologia permite o fornecimento de serviços de banda larga sem-fio a qualquer momento, em qualquer lugar. O padrão IEEE 802.16 foi desenvolvido para fornecer conectividade non-line-of-sight (NLoS) entre uma estação assinante e uma estação base em um raio típico de celulares, o qual varia entre três e dez quilômetros.

 

Por tratar-se de uma tecnologia não proprietária, ela também permite a chegada de banda larga até mesmo aos mais distantes rincões do país, por meio de um acesso rápido e barato, sem os altos custos de infra-estrutura dos cabos. Atualmente existem mais de 480 implementações em todo o mundo, conectando milhões de pessoas em diversos países, desde os Estados Unidos até a Índia e o continente africano.

 

Além da tecnologia, que já está consolidada e provada como um meio econômico e efetivo de conexão, também temos uma ampla cadeia de produção de equipamentos e operadoras prontas para oferecerem seus serviços e produtos ao mercado nacional. O grande diferencial do WiMAX é a interoperabilidade dos equipamentos, resultando em uma grande economia de escala e assegurando que, quando os provedores de serviços comprarem equipamentos de mais de uma empresa, as tecnologias serão interoperáveis.

 

Esbarramos, entretanto, na falta de espectro eletromagnético para que o país dê continuidade ao acesso amplo à banda larga. Em 2002, houve o leilão da faixa de 3,5 GHZ, mas apenas 14% do total dessa faixa foi comercializada, sendo adquirida por cinco operadoras. Um estudo realizado pela consultoria especializada em telecomunicações Guerreiro Consult demonstrou que a liberação imediata do espectro restante traria benefícios econômico-sociais para o país da ordem de R$ 3,8 bilhões.

 

O país não pode mais esperar, não pode perder o bonde da história. É preciso ter espectro disponível e a indústria alinhada para prover serviços de conexão, com liberdade de escolha de tecnologia, seja ele na faixa de 2,5 GHZ ou 3,5 GHZ.

 

Oscar Clarke é presidente da Intel Brasil.

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