Crédito é sinônimo de juros e, se houverem recursos disponíveis, o melhor caminho é se pagar, preferencialmente, à vista. Essa é a conduta que as empresas de todos os segmentos devem adotar, segundo a opinião do diretor da Assessoria Brasileira de Empresas, ABE, Roberto Grejo Jr. Ele assegura que o pagamento nessa modalidade, além de evitar juros, possibilita a geração de descontos que podem ser rentáveis para as corporações. No entanto, nem sempre é possível optar pelo pagamento à vista. O executivo ressalta que, dependendo da real necessidade da empresa, da transação financeira a ser realizada, não há outro caminho além da solicitação de crédito. “A tomada de crédito somente se dará quando realmente necessita-se de uma ampliação fabril ou estrutural, mas, reforço: somente se não houver recursos em caixa” pontua Roberto Grejo.
Para que a necessidade de tomada de crédito por parte das empresas seja quase zero e as chances de se pagar à vista e com desconto aumentem, existe uma série de fatores que podem contribuir para essa realidade e que passam, diretamente, pela gestão financeira das empresas, explica o executivo. “Cada gestor, fundamentalmente o financeiro, deve ter, sobre sua mesa, planilhas de entradas e saídas financeiras, faturamento geral, custo do negócio, índice de inadimplência, e recuperação medida mês a mês. Com estas informações, mesmo tendo uma pequena margem de erro para cima ou para baixo, o gestor saberá que, naquela determinada época, pode-se investir tantos milhões ou bilhões, pois com os recursos programados de suas vendas, certamente não afetará o seu fluxo de caixa” ressalta o diretor da ABE.
Caso os gestores optem pela solicitação de crédito, Grejo enumera algumas medidas a serem adotadas previamente ao pedido: “antes de qualquer tomada de decisão em adquirir crédito, o gestor financeiro tem que preparar – e isso é uma obrigação – um planejamento orçamentário, planilhando os pagamentos das parcelas vincendas do empréstimo, juntamente com as demais obrigações financeiras. Além disso, deve-se averiguar onde o recurso pleiteado será empregado e qual será o seu retorno a curto, médio e longo prazo. Preparar estudos de onde será aplicado este capital e se, após o investimento, ele, por si só, retornará aos caixas da empresa, assumindo também a parcela do financiamento. Após todo este planejamento, analisando mercado, aquecimento, desaceleração, prós e contras, solicita-se o crédito” aponta.
Como conclusão sobre os cuidados que as empresas devem ter ao solicitarem crédito a bancos públicos e/ou privados, Grejo fala sobre a importância de sempre se fazer projeções reais de gastos, entradas e saídas, evitando uma conseqüente situação de inadimplência. “Não se pode investir somente analisando o faturamento, entenda-se emissão de notas fiscais, sem ter o índice exato, ou aproximado, de quanto entrará do faturado. Também é fundamental fazer, projeções futuras, pois de nada adianta pensar no hoje, se amanhã não terá caixa para honrar outros compromissos” enfatiza.