As previsões para o setor de crédito e cobrança no Brasil são otimistas, porém ainda há muito que se discutir. Esse foi o foco das palestras do Cobrança em Debate 2009, promovido pela Acrefi e Serasa Experian. Com abertura de Francisco Valim, presidente da Serasa Experian, o evento, realizado nesta quarta-feira (02/09), em São Paulo, teve como objetivo oferecer um ambiente propício para troca de informações.
A boa expectativa para o setor foi compartilhada por Bruno Almeida, superintendente de crédito e cobrança do Citibank, que acredita numa melhora no ano que vem. No entanto, Almeida explica que é necessário entender todo o processo de crédito e lidar com os diferentes tipos de devedores, para começar. Para um cliente que quer pagar, mas não tem como, por exemplo, o conselho do superintendente é que as empresas ofereçam não apenas descontos, mas entendam as necessidades do cliente e proponham soluções adequadas para cada situação. “Já para lidar com os que não querem pagar, a alternativa é alinhar as ferramentas da empresa para não ficar apenas nas ligações contínuas”, afirmou.
Já a estratégia do Banco do Brasil se baseou na implementação de um projeto que trabalha aliando expectativas, oportunidades e redução de custos. “Adotamos inclusive ferramentas para identificar os clientes em nossa base, pois a princípio não sabia como cobrar um cliente não correntista”, afirmou Julio Lima, gerente de divisão da diretoria de reestruturação de ativos operacionais do banco, ao falar das dificuldades encontradas pelo BB em cobrar os clientes depois das fusões com outros bancos. “A verdade é que o mercado está nebuloso para o crédito concedido. Existem riscos a serem considerados”, completou Evaldo Lima, managing director da Carval Investors.
Para Adalberto Savioli, presidente da Acrefi, há muito que se pensar neste mercado. O executivo levantou a questão do crédito no mercado moveleiro no Brasil ficar atrás do setor automotivo, diferente de outros países. “Mas estamos passando pela democratização do crédito. A classe C está participando, cada vez mais, do mercado de crédito e com isso há uma grande chance da casa própria ter prioridade diante dos carros”, completou o jornalista Paulo Henrique Amorim.