Em abril, o montante de financiamento imobiliário voltou a
se reduzir em termos mensais, após reação positiva ocorrida em março. Mesmo com
a queda, o resultado de abril é maior que o observado em janeiro e fevereiro. O
montante de financiamentos com recursos das cadernetas de poupança do Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizou R$ 3,5 bilhões, com
redução de 20,5% em relação a março e de 62% comparativamente a abril do ano
passado.
No primeiro quadrimestre, foram financiados R$ 14,4 bilhões,
montante 56,7% menor que o apurado nos quatro primeiros meses do ano passado. Já
no acumulado de 12 meses, entre maio de 2015 e abril de 2016, foram aplicados
R$ 56,7 bilhões na aquisição e construção de imóveis com recursos das
cadernetas de poupança do SBPE, retração de 49,3% em relação ao apurado nos 12
meses precedentes.
Além disso, os saques nas cadernetas de poupança em abril
continuaram superando os depósitos, resultando em captação líquida negativa de
R$ 6,3 bilhões. No atual cenário macroeconômico, com a taxa de juros básicos da
economia em patamar elevado (14,25% a.a.), as cadernetas continuam pouco
competitivas em termos de rendimento comparado ao das demais aplicações
financeiras.
Entretanto, a pesquisa Focus – Banco Central de 20 de maio
mostrou que os analistas consultados esperam queda da taxa Selic para 12,75% ao
ano no final deste exercício, comparativamente a 13% ao ano da pesquisa Focus
anterior. Para dezembro de 2017, a expectativa é de queda da taxa Selic para
11,38% ao ano, e, à medida que essa sinalização se confirme, o ritmo de perdas
de recursos das cadernetas tende a se reduzir, talvez já no segundo semestre
deste ano. Entretanto, condições mais propícias para que a poupança volte ao
seu comportamento histórico deverão efetivamente ocorrer apenas em 2017.
Com os sucessivos resultados negativos na captação líquida
registrados no primeiro quadrimestre, o saldo das cadernetas, em abril deste
ano, caiu 3% em relação a abril de 2015 e atingiu R$ 494 bilhões.