Um fato é que a crise não está poupando ninguém e que, caso alguém não tenha lido sobre isso, seus efeitos são perceptíveis no orçamento. As linhas de crédito, outrora facilitadas e incentivadas, estão cada vez mais escassas e seletivas. Afinal, o risco é grande, tanto para quem toma quanto para quem concede. Nem os idosos, público forte principalmente na carteira de consignado, escapou da retenção. Segundo Fabio Itano, diretor vogal do Ibevar e sócio da TA Consult, esse público sofre com a compressão de renda e o fato de ter apenas uma fonte de renda (a aposentadoria).
Ainda assim, os idosos não apresentam tantos riscos para o setor de crédito, quanto outros. Pelo menos, não por conta própria, mas sim em vista da situação macroeconômica. Isso porque, eles ainda são mais cautelosos em suas decisões financeiras e, geralmente, optam pelo crédito consignado, que possui taxas menores dentre as outras alternativas de mercado. “Esse público, em geral, pertence a um segmento que possui apenas uma fonte de rendimentos, a aposentadoria, o que limita a capacidade de superar as situações de endividamento excessivo”, pontua Itano.
Infelizmente, o momento pede cautela para todos, concessionárias de crédito e consumidores, já que as previsões econômicas não estão favoráveis e o setor já vem sofrendo com os valores reduzidos repassados para o crédito. Com isso, um público não tão inadimplente, como é o caso da terceira idade, pode ver sua situação mudar. “Para conter o crescimento da inadimplência, deve-se reforçar regras de concessão, buscando entender o grau de comprometimento da renda e potenciais dificuldades para se honrar o pagamento futuro”, conclui Itano.