O grau de endividamento das empresas brasileiras aumentou consideravelmente – ficando entre os mais altos dentre os países emergentes, segundo o relatório de estabilidade financeira global, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse é um dos tantos reflexos que a crise do cenário macroeconômico causou. Mas, conforme explica Fabio Itano, diretor vogal do Ibevar e sócio da TA Consult, apesar da perspectiva pessimista no curto prazo, alguns setores apresentaram aumento do volume de crédito no mês de maio. “De acordo com o Banco Central, na evolução do crédito mensal, houve crescimento no volume para serviços industriais de utilidade pública (+0,7%), com destaque para eletricidade e gás, além do comércio (atacadista, exceto veículos) (+0,3%)”, conta.
Mesmo não sendo um aumento expressivo, é de se comemorar, visto o desafio que as concessionárias de crédito enfrentam. De um lado, empresas solicitando valores para os mais variados fins – mas, principalmente, para fechar as contas básicas; do outro, o apetite restrito das instituições financeiras mediante disponibilização de linhas de crédito e acesso limitado ao mercado de capitais internacional decorrente da situação atual do país.
Com isso, é necessário criar medidas para que não se perca a qualidade do crédito para a inadimplência, que insiste em crescer a cada mês. Entre elas, estão o reforço de garantias, análises mais criteriosas sobre informações financeiras das empresas e uma gestão mais rigorosa sobre a carteira de crédito. Porém, Itano acrescenta que muitas empresas têm investido na sofisticação de mecanismos para gestão da sua carteira de crédito, o que tem contribuído significativamente para redução de inadimplência. Além disso, o diretor acrescenta que, mesmo sem perspectiva de melhora para este ano, existem algumas iniciativas para incentivar a tomada por crédito. “Em destaque, programas do governo voltados para o fomento do desenvolvimento de alguns setores. Por exemplo: programa de incentivo à armazenagem do BNDES”, conclui.