Os reflexos do endividamento familiar


Apesar do crescimento da inadimplência familiar, apontada pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência, PEIC, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP, o cenário do País é economicamente favorável. Em entrevista exclusiva ao Portal Crédito e Cobrança, o economista Richard Rytenband explica os motivos.

“Apesar da crise da zona do euro, a economia deve acelerar seu crescimento no último trimestre do ano e acelerar em 2013, com boas possibilidades de uma retomada significativa assim como foi em 2010. Portanto o foco do empresário deve ser em 2013 que deve ser muito promissor”, recomenda Rytenband.

Outro ponto favorável é que com as mudanças estruturais na economia global favorecendo o País, grande produtor de commodities e barateando o custo do capital, o melhor lugar para se empreender nos próximos anos é o Brasil, assegura o economista. “Esta é uma terra de oportunidades, com muitos problemas a serem solucionados, muitas demandas de bens e serviços, portanto o lugar ideal para se ganhar dinheiro no mundo”, aposta.

O que motivou esse endividamento das famílias brasileiras?
Basicamente o aumento da oferta de crédito na economia e a falta de educação financeira. O grau de endividamento não é tão elevado quando comparado a outros países, o seu grande problema é o custo deste endividamento, isto é, as altas taxas de juros. Grande parte da população se endivida com as modalidades mais caras de crédito, como cheque especial e cartão de crédito.

Quais os reflexos disso para o mercado?
Quando a atividade econômica vai bem as instituições financeiras continuam irrigando a economia com crédito e o consumo segue em alta. Porém, quando ocorre algum choque na economia, como o contágio da crise da zona do euro, a atividade econômica cai e com ela ocorre aumento no desemprego, queda na renda e  aumento da inadimplência. O processo que até então era um ciclo virtuoso, torna-se vicioso já que a queda na atividade e alta da inadimplência reduz a oferta de crédito, e com isso temos mais queda na atividade, mais aumento na inadimplência e assim por diante.  Aqueles que já estavam utilizando o crédito para pagar outras dívidas são os mais afetados.
O PIB brasileiro vem crescendo em 2012 a um ritmo próximo a 1,5% ao ano, bem abaixo do seu potencial e o que justifica toda postura do governo em tentar reativar a economia, ao mesmo tempo em que lida com a redução na oferta de crédito.

Como as empresas podem se precaver do endividamento por conta do comprometimento excessivo da renda familiar?
As empresas devem estar sempre preparadas para suportar os ciclos econômicos com uma boa otimização de custos, planejamento do capital de giro e gestão de estoques. E ao contrário do que se pensa, nos momentos de retração da atividade econômica é que surgem as grandes oportunidades de aumentar participação no mercado e explorar novos nichos de mercado. Toda empresa bem sucedida tem como proposta solucionar algum problema da sociedade e/ou atender alguma demanda, ou seja, se colocar como algo indispensável e essencial a sociedade, com ou sem crise.

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