Otimismo no mercado brasileiro



As incertezas do mercado de crédito e o atual cenário imobiliário formam abordados em seminário organizado pela ACSP – Associação Comercial de São Paulo, nessa terça-feira (11/11). Em tom otimista os palestrantes discutiram os impactos da crise americana no Brasil e propuseram uma reflexão acerca da economia mundial e o mercado doméstico. A necessidade de cautela e inovação para que o crédito ao cliente não acabe foi apontada. “É preciso ter uma atitude positiva para ver as portas que se abrem e não só as que se fecham”, comentou Alencar Burti, presidente da ACSP.

 

“Agora não adianta colocar a culpa nos vizinhos. Se estamos em crise, a culpa é nossa. No entanto, o momento é de ajustes e não de tensão”, disse Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria Econômica. De acordo com Blanche, atualmente os níveis de crédito chegam a 37% do PIB, considerado pouco quando comparado a países desenvolvidos que passam de 100%. “Se a crise é de crédito, não sofreremos muitos impactos, já que pouco usamos”, completa.

 

Blanche explica que esse momento é de choque de liquidez, a crise propriamente não começou. “Enquanto os outros países estão desacelerando, estamos pisando no acelerador”, comenta. Alexandre Andrade, economista da Tendências Consultoria, aponta essa participação econômica dos países em desenvolvimento na economia dos desenvolvidos, como uma das grandes transformações do mundo globalizado, e cita como exemplo a China, que tem como base do crescimento a poupança, economizando 44% do PIB.

 

Os impactos que as restrições de crédito causaram para a construção e setor imobiliário foram trazidos para o debate por Amarillis Romano, economista da Tendências Consultoria. Segundo Amarillis, esse é um mercado que depende não só do crédito, mas principalmente da confiança do cliente. “Em todo caso, acreditamos que os resultados de 2008 sejam ainda maiores que os de 2007”, afirma.

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