O presidente do Itaú Unibanco e vice-presidente do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Roberto Setúbal, manifestou tranquilidade em relação aos impactos que a crise bancária europeia pode ter sobre os bancos brasileiros. “Não vejo maiores problemas para os bancos brasileiros. Não acho que haja nada, especialmente, a ser feito. Acho que os bancos estão tomando seus cuidados e suas providências”, afirmou.
Para Setúbal, o fato de a taxa Selic ter começado a cair também ajuda a reduzir as pressões. “A queda dos juros facilita, evidentemente, o serviço da dívida dos clientes. Isso é positivo Com juros mais baixos, o cenário é mais propício a uma inadimplência menor”, disse ele.
Ele não vê, entretanto, a questão da inadimplência como um problema neste momento. “Estamos muito abaixo dos picos históricos de inadimplência, segundo números de curto prazo, até 90 dias. Acho, inclusive, que o cenário à frente, com menor pressão dos juros, ajuda para que haja uma tendência de redução na inadimplência”, avaliou.
O LADO FISCAL
Roberto Setúbal elogiou o esforço do governo da presidente Dilma Rousseff no lado fiscal. “O governo tem mostrado números fiscais muito sólidos este ano, muito além das expectativas do mercado e além da meta do governo. Isso me dá muita confiança de que os números fiscais deste ano serão cumpridos com folga, e que os do ano que vem também serão muito bons”, disse o banqueiro.
Ele disse ainda que os efeitos do contágio de uma crise bancária na zona do euro tendem a ser menores porque o Brasil tem uma exposição muito pequena aos bancos daquela região. (Washington/AE)
Fonte: Diário do Pará – PA