A responsabilidade social corporativa deixou de ser apenas uma estratégia de marketing, mas uma exigência para a sobrevivência e a competitividade no mercado
Autora: Claudia Matos
A mudança no comportamento dos consumidores, que estão mais comprometidos em relação à própria saúde e longevidade, também está associada à conscientização coletiva sobre as questões sociais, ambientais e éticas. Isso se reflete na responsabilidade social corporativa e em como as organizações têm desempenhado um papel fundamental para a promoção do desenvolvimento sustentável no planeta.
As ações de responsabilidade social estão se tornando estratégias cada vez mais valiosas para fortalecer a imagem institucional perante os stakeholders de uma empresa, gerar conversa com diversos públicos, aumentar a percepção positiva e, principalmente, conectar a marca com os consumidores com credibilidade. Ou seja, já é uma realidade nas organizações e não podemos deixá-la em segundo plano.
Mais do que doar recursos, a responsabilidade social está ligada à forma como a empresa conduz seus negócios de maneira íntegra, responsável e alinhada aos valores sustentáveis. Dados mostram que ações de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) são extremamente influentes na tomada de decisões dos consumidores brasileiros e latino-americanos.
Um estudo da Nexus revela que aproximadamente 70% dos consumidores consideram a conformidade com os padrões ESG um fator essencial para a construção de uma imagem positiva das organizações. Além disso, 65% dos entrevistados demonstram preferência por empresas que adotam práticas sustentáveis de forma autêntica.
A pesquisa também ressalta a importância de uma comunicação transparente e da coerência entre o discurso e as ações das marcas. Organizações que divulgam valores sem incorporá-los efetivamente em sua atuação correm o risco de perder credibilidade. Essa tendência evidencia que a responsabilidade social corporativa deixou de ser apenas uma estratégia de marketing — hoje, ela é uma exigência para a sobrevivência e a competitividade no mercado. O consumidor assume um papel ativo na transformação, alinhando suas decisões de compra aos seus valores e exigindo posturas mais éticas e sustentáveis das empresas.
Eventos globais que aliam esporte, bem-estar e solidariedade são exemplos concretos de como a responsabilidade social pode se materializar em gestos cotidianos. Corridas de rua que destinam suas arrecadações a bancos de alimentos, por exemplo, demonstram o poder transformador de ações simples e colaborativas: promovem hábitos saudáveis, estimulam a convivência e geram impacto positivo direto em comunidades que mais precisam de apoio.
Mais do que criar iniciativas de responsabilidade social, poder unir colaboradores, parceiros, consumidores e a sociedade no geral em ações como esta nos mostra que, envolver esses stakeholders na prática – colocando a “mão na massa” – pode render frutos extremamente positivos para a reputação da companhia. É a junção de vários grãos de farinha na construção de uma grande fornada que sempre fortalece a marca no mercado.
Claudia Matos é executiva de comunicação corporativa, gestão de mudanças, cultura e relações institucionais da Bimbo Brasil.